Reivindicado por legendas como o PT, o financiamento público de campanha já existe na prática. Nada menos do que R$ 180 milhões do Fundo Partidário foram destinados pelos partidos políticos para as campanhas eleitorais em 2012. O Fundo Partidário é financiado, principalmente, pelo Tesouro Nacional, ou seja, é dinheiro público. Todos os 29 partidos que disputaram as eleições municipais usaram essa verba - inclusive as siglas que se dizem contra o financiamento público de campanhas eleitorais.
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Mudança no sistema eleitoral deve passar por mais um arremedo de reformaLei eleitoral é a "mãe da corrupção", diz ministroFeministas defendem reforma eleitoral para cumprir cotasSTF discutirá financiamento público de campanhas em junhoFinanciamento público exclusivo para campanhas eleitorais divide o CongressoCom medo de perder recursos, partidos discutem fundo partidárioRelator do orçamento da União eleva em R$ 100 milhões verba para o fundo partidárioSeis entre dez candidatos que disputaram eleições deste ano lucraram com campanhaEsses R$ 180 milhões de dinheiro público foram destinados a candidatos (59%), comitês eleitorais (13%) e cúpulas partidárias (28%). As prestações de contas à Justiça Eleitoral são feitas de tal forma que é impossível saber se esse dinheiro está sendo contabilizado duas vezes, em repasses de partidos a candidatos, por exemplo. Mas é certo que no mínimo R$ 107 milhões usados pelos candidatos vieram do Fundo Partidário.
O partido que mais recorreu ao Fundo Partidário foi o PP. A sigla do ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro (PB), do deputado Paulo Maluf (SP) e do senador Francisco Dornelles (RJ) usou R$ 20,7 milhões de recursos públicos para suas campanhas.
O PP foi seguido de perto pelo PSDB, que usou R$ 19,9 milhões do fundo.