Alice Maciel
Além da pressão externa de 18 partidos por cargos no Executivo da capital mineira, o prefeito reeleito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, terá de agradar a sua sigla, o PSB, que quer as principais secretarias. Segundo o presidente do diretório municipal, João Marcos Lobo, o PSB vai reivindicar um espaço coerente com o tamanho da sua bancada eleita na Câmara Municipal de seis vereadores e com a importância que teve na campanha. Os socialistas também deliberaram, durante reunião da bancada com a direção na semana passada, que vão lançar um candidato à Presidência do Legislativo da capital.
As reivindicações do PSB deixam o prefeito em uma saia justa. Isso porque o PSDB, o PV e o PDT que fizeram parte da coligação que o apoiou na reeleição, em outubro, também querem cargos no primeiro escalão. “O PSB também tem bons quadros técnicos. Tem lugar para todos os partidos da base”, avaliou o vereador Daniel Nepomuceno (PSB), considerado um dos possíveis candidatos do partido à Presidência da Câmara. Segundo ele, a sigla deve se reunir essa semana para definir o nome que será lançado.
Justificativas
Articulações para a Presidência da Câmara e pressão por cargos no Executivo são fatores apontados pelos parlamentares para justificar a queda do quórum na sessão de ontem – apesar de 31 parlamentares terem marcado presença. Isso porque, na avaliação deles, a votação das propostas mais relevantes logo no início do mês acarretaria na desmobilização dos vereadores. Entre os projetos importantes, que eles têm que votar antes de encerrar o ano está o Orçamento de 2013 da prefeitura, que entra na pauta hoje.
O presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, vereador Léo Burguês (PSDB), está tentando um acordo na Casa para protocolar ainda esta semana o projeto que prevê o reajuste salarial dos vereadores, do prefeito, vice-prefeito, secretários e secretários-adjuntos. Os que que não foram reeleitos estão resistentes. Já alguns parlamentares não estão conformados com o reajuste de 33%, correspondente à inflação acumulada nos últimos quatro anos. Eles reivindicam um aumento para os vereadores que supere o salário do secretário-adjunto. Com o reajuste proposto, o salário iria para R$ 12,8 mil.
Durante o pinga-fogo nessa segunda-feira, o vereador Arnaldo Godoy (PT) chegou a questionar o fato de Marcio Lacerda ter desistido de aplicar provas e teste psicológico para indicados aos cargos no governo como fez no seu primeiro mandato, conforme publicou o Estado de Minas na segunda-feira. “Será que as pessoas indicadas não têm qualificação para fazer teste?”, cutucou o petista. A sessão foi marcada também pela despedida do vereador Cabo Júlio (PMDB), que assume uma cadeira na Assembleia de Minas.