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Estado de Minas

Deputado faz última reunião para tentar salvar relatório da CPI do Cachoeira

Relator se reúne com o grupo independente da CPI para fechar acordo pela inclusão das 21 empresas que receberam dinheiro da construtora Delta e não tiveram o sigilo quebrado


postado em 04/12/2012 00:12 / atualizado em 04/12/2012 06:56

João Valadares

Brasília – O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira, Odair Cunha (PT-MG), dá a última cartada nesta terça-feira para tentar salvar o texto final das investigações. O petista vai se reunir com integrantes do grupo considerado independente, formado por cinco parlamentares. A expectativa é de que o deputado inclua no texto informações completas de 21 empresas que receberam dinheiro da empreiteira Delta e não tiveram o sigilo quebrado pela CPI. O documento, lido na semana passada, pede apenas que o Ministério Público investigue as construtoras, mas não faz nenhum tipo de detalhamento. Uma ala do PMDB costura a derrubada do relatório para evitar o indiciamento do dono da Delta e blindar o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB).

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) afirmou que ainda tem esperança de que o relatório seja mais contundente com as empresas que receberam aproximadamente meio bilhão de reais da Delta. “Teremos mais uma conversa com o relator e, dependendo do andamento, poderemos fazer um voto crítico. A gente vota pela aprovação, mas faz as críticas que forem necessárias.” Oficialmente, o documento será votado no plenário da CPI amanhã pela manhã. No entanto, pode ocorrer um adiamento se os líderes partidários não entrarem em acordo. A leitura do documento, por exemplo, acabou adiada por duas vezes. Em uma das oportunidades, o próprio relator pediu mais uma semana para fazer ajustes na redação. Diante das reclamações remanescentes, o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), tentou, na semana passada, selar um acordo com os demais integrantes da CPI para que as sugestões não incorporadas por Odair ao parecer fossem votadas separadamente. O relator, no entanto, discordou da proposta.

PERILLO E GURGEL O texto original pediu o indiciamento de 46 pessoas, entre elas o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e cinco jornalistas. Inicialmente, também houve uma recomendação para que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, fosse investigado pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). No entanto, após bombardeio da oposição, Odair Cunha recuou e retirou o nome de Gurgel e dos cinco jornalistas do texto final. Perillo e parlamentares do PSDB afirmam que o indiciamento era uma “vingança contra os denunciantes do mensalão”.

Para o relator, Perillo cometeu sete crimes, exatamente a mesma quantidade atribuída a Cachoeira, considerado o chefe da organização criminosa. O relator sugeriu o enquadramento de Perillo pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa, advocacia administrativa, tráfico de influência, falso testemunho, lavagem de dinheiro e ainda penas da Lei de Licitações. Perillo alegou que há uma perseguição política por ele ser de um partido adversário e declarou que espera o julgamento do Supremo Tribunal  Federal (STF). O texto original atesta que havia um repasse de dinheiro vivo do grupo criminoso para o tucano. O governador de Goiás comunicou que vai processar Odair Cunha por calúnia e difamação.

De acordo com o relator, nos seis meses de duração, a CPI do Cachoeira analisou a quebra de 92 sigilos bancários, 91 sigilos fiscais e 88 sigilos telefônicos de pessoas físicas e jurídicas, reuniu informações que somam mais de R$ 84 bilhões em movimentações financeiras, identificou 117 empresas suspeitas e mais de 1,3 mil pessoas físicas que receberam recursos. Está marcado para o dia 22 o encerramento da comissão.


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