Brasília – Ao criticar o mau uso dos royalties do petróleo, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou nessa segunda-feira que esses recursos não podem ser gastos com "calçadas de luxo". Mercadante também voltou a defender o investimento de 100% dos royalties em educação. "Nós vamos buscar mobilizar os estudantes, professores, as famílias, o povo brasileiro para defender esse avanço, esse legado histórico dos royalties para preparar o Brasil para o pós-petróleo, porque essa riqueza não é renovável, vai acabar. O que vai ficar no lugar se a gente desperdiçar essa riqueza com calçadas de luxo, obras suntuosas e máquina pública inchada? Não vai ficar nada. Se nós priorizarmos a educação, vamos dar um salto extraordinário, mesmo quando o petróleo acabar", declarou o ministro na Conferência Nacional de Educação.
"Nós podemos dar um grande salto histórico no desenvolvimento do Brasil. O melhor passaporte para o futuro é a educação. Portanto, o melhor uso para essa riqueza nova, que é o petróleo, é a educação – tanto nas cidades quanto nos estados, quanto no governo federal. E a medida provisória aponta nessa direção", defendeu.
Entre os pontos suprimidos do texto estava a previsão de divisão dos royalties do petróleo entre estados ditos produtores e não produtores de óleo de poços já licitados. A decisão do governo, que preservou os interesses do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, gerou irritação entre os parlamentares que viabilizaram a aprovação do texto e deve se traduzir em pressão sobre o presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP), para a apreciação dos vetos.