Brasília - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta terça-feira que a Operação Porto Seguro só foi possível graças à determinação do governo em dar autonomia à Polícia Federal (PF). Cardozo disse que só frecebeu informações sobre a operação pouco antes de ela ser deflagrada, mesmo assim “de forma superficial”, em função de seu aspecto sigiloso, “como mandam regras e procedimentos”.
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“Agora, na Porto Seguro, envolvendo cargos do governo e base de sustentação governista, diz-se que o ministro perdeu o comando da PF ou que há alguma disputa interna . Em nenhum momento se foca as razões como são realizadas ou a forma como são feitas essas investigações. A PF não é mais uma polícia de governo. É uma polícia de Estado”, destacou.
Ele negou que tenha acessado informações detalhadas antes do início da Operação Porto Seguro. “Caso contrário haveria uma ilegalidade.
Cardozo disse que só foi informado da operação na quinta feira (22), após a posse do ministro Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal (STF), quando se encaminhava para um encontro de ministros da Justiça e segurança pública do Mercosul em Fortaleza.
“Já a caminho do aeroporto, recebi telefonema do diretor-geral da PF, Leandro Daiello, informando da operação em vários órgãos. Ele sugeriu que eu permanecesse em Brasília porque me passaria as informações durante a madrugada. Ele não disse quais órgãos seriam alvos, nem se haveria prisões. Fui ao Palácio do Planalto e informei a presidenta, da forma genérica como havia recebido , ainda na quinta-feira”, disse Cardozo.
O ministro conta que só recebeu informações sobre os mandados de prisão e de busca e sobre as características da operação na madrugada de sexta-feira, ao chegar a Brasília. A operação foi desencadeada na manhã de sexta (23).
O delegado responsável, Ricardo Hiroshi, havia pedido que, no momento da operação, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI) tivesse autorização para acompanhar a operação e para que a coleta fosse feita somente na mesa da investigada. “Naquele momento, me pareceu que a ordem estava estritamente de acordo com a lei”, disse Cardozo..