Um dia depois de ser lançado à sucessão presidencial de 2014 pela cúpula tucana, o senador Aécio Neves (PSDB) acusou o governo federal de fazer uma "profunda intervenção" no setor elétrico ao tentar aprovar, por meio da Medida Provisória 579/2012, a renovação das concessões de energia. Aécio afirmou que o governo está usando o discurso da redução da conta de luz, anunciada em cadeia nacional pela presidente Dilma Rousseff em setembro, para mexer na "solidez das empresas de energia".
Ele conclamou os senadores da oposição e também da base aliada a derrubar a matéria no Congresso, uma vez que está ocorrendo a "usurpação do Poder Executivo de uma prerrogativa que é do Legislativo". Para ele, o governo e as lideranças aliadas querem passar o "rolo compressor" ao tentar aprovar a MP do Setor Elétrico sem alterações.
O senador tucano chegou a afirmar que a Cemig, estatal de energia mineira, não aderiu à renovação da antecipação da concessão de energia proposta pela MP. "Agora eu já posso anunciar, a Cemig não vai assinar. O Paraná também não aderiu. A nossa responsabilidade é manter as empresas vivas", afirmou o senador, em entrevista aos jornalistas após o discurso no plenário.
Aécio citou ainda a Eletrobras como um "caso exemplar" de como o texto da Medida Provisória não é a melhor forma para se baixar a conta de luz. Ele lembrou que, desde sua edição, o valor do patrimônio da estatal "decresceu quase 60%". Mas destacou que a Eletrobras vai precisar de R$ 8 bilhões para dar conta de seus investimentos em 2013. Ele disse que a despesa vai ficar para o Tesouro Nacional.
Indagado após o discurso da tribuna se sua fala já o coloca como presidenciável, o senador mineiro respondeu: "Candidatura presidencial, eu defendo que se discuta apenas no amanhecer de 2014". Ele disse que não ficará apenas criticando o governo e que, como fez no discurso, sempre buscará apresentar soluções.