O governo conseguiu tirar da pauta de votação da Câmara o projeto que altera as regras para o cálculo das aposentadorias dos trabalhadores da iniciativa privada, acabando como fator previdenciário. O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e os líderes partidários decidiram criar uma comissão formada por 28 deputados para discutir o tema e apresentar uma nova proposta em março do próximo ano.
A estratégia do governo de ganhar tempo foi acertada pela manhã na reunião dos líderes dos partidos da base com a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e confirmada na tarde desta terça-feira
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Representantes de centrais sindicais querem discutir com Dilma fator previdenciárioCentrais sindicais divulgam nota cobrando votação do projeto que acaba fator previdenciárioNem pressão de aposentados acelera votação do fim do fator previdenciárioGoverno prepara projeto de lei que substitui fator previdenciárioFim do fator previdenciário demorará pelo menos dois anos para ser discutido no CongressoO presidente da Câmara defendeu a necessidade de um acordo porque, do contrário, o texto aprovado pelos parlamentares poderia ser vetado pela presidente Dilma Rousseff. "Votar seria simples. O problema é que a presidente vetaria", disse. Maia reclamou da divisão de poderes que delega ao presidente da República desfazer o que o colegiado de parlamentares aprova. "Em um momento, teremos que enfrentar essa discussão. O presidente da República acaba se utilizando do veto para impor a vontade do governo sobre o Legislativo. Isso cria um certo desequilíbrio", afirmou.
Foi Marco Maia quem patrocinou a colocação do projeto que muda o cálculo de aposentadoria na pauta, contrariando o governo.