Um dia depois de ter o nome lançado pelos caciques tucanos em Brasília como candidato a presidente em 2014, o senador Aécio Neves (PSDB) recebeu o apoio dos correligionários mineiros. Nessa terça-feira, em Belo Horizonte, durante encontro dos prefeitos e vice-prefeitos eleitos pelo PSDB em Minas Gerais com os líderes do partido a tônica foi de defesa do nome do ex-governador, que não participou do evento.
O governador ministrou uma curta palestra aos prefeitos eleitos. Os tucanos conquistaram 143 prefeituras e compuseram chapa com 115 vice-prefeitos. Além dos prefeitos e vices, participaram do encontro representantes das bancadas estaduais e federais do PSDB. O deputado federal Carlos Masconi (PSDB) disse que a principal bandeira do partido é: “Lutar pela candidatura do nosso grande líder Aécio à Presidência”. Outro representante tucano na Câmara, Domingos Sávio, subiu o tom: “É a hora do Aécio. É a hora de Minas mostrar o que fez de sério”. O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Dinis Pinheiro, também foi enfático ao falar o nome do senador. “Esperança de um novo tempo com um homem que dará dias melhores ao nosso povo. Esse homem se chama Aécio Neves”, afirmou Pinheiro.
Enquanto o nome de Aécio é dado como certo pelos tucanos mineiros em 2014, Anastasia prefere não falar de seu futuro, com a possibilidade de concorrer a uma vaga no Senado. “As eleições em Minas Gerais vão depender de composições para os cargos majoritários, incluindo as alianças para que senador Aécio seja o candidato a presidente”, entende o governador.
O presidente estadual do PSDB, deputado federal Marcus Pestana, garante que a oposição terá candidato. “É da democracia a alternância de poder”, afirma. Para o deputado, 9,9 entre 10 tucanos “olham para 2014 e veem o retrato de Aécio”. O que é preciso administrar é o tempo do lançamento da candidatura. Pestana cita frases do avô de Aécio, o ex-presidente Tancredo Neves. “É preciso deixar a onda bater várias vezes antes de apurar o que tem na espuma”, destaca o deputado. Outra expressão usada por Tancredo e repetida por Pestana é: “Candidato não pode ficar muito tempo exposto no sereno”.
PRÓXIMOS PASSOS Apesar de pregar cautela, Pestana disse que o PSDB já precisa pensar em organizar a ação de comunicação, com a contratação de um marqueteiro e de um instituto de pesquisa para traçar os passos de Aécio Neves no caminho da candidatura à Presidência. Outra ideia defendida por Pestana e que foi lançada pelo ex-governador do Ceará, Tasso Jeiressati, é de que Aécio se torne presidente nacional do partido, substituindo o deputado federal pernambucano Sérgio Guerra, que deixa a legenda em maio do próximo ano.
Para Pestana, a possibilidade do Aécio se tornar presidente da legenda está colocada e será observada no tempo certo, ou seja, até abril, pouco antes da convenção partidária que definirá o novo presidente da legenda. Um dos objetivos dos partidários dessa tese é destacar Aécio na propaganda televisiva a que o PSDB tem direito. No primeiro semestre o partido terá direito a 40 inserções de 30 segundos e mais um programa de 10 minutos.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defende no partido uma discussão para definir qual será a visão de futuro para o país. Outra estratégia da bancada mineira para fortalecer o projeto da candidatura de Aécio foi abrir mão da liderança da bancada na Câmara dos Deputados. “A liderança da bancada caberia a Minas Gerais e os deputados Domingos Sávio e Paulo Abi-Ackel abriram mão. Provavelmente, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) será o futuro líder”, antecipa Pestana sobre a votação que ocorrerá na semana que vem.
RECLAMAÇÕES Os prefeitos reclamaram muito da distribuição de recursos da União. A principal queixa é em relação ao veto da presidente Dilma Rousseff, que limitou a distribuição dos royalties do petróleo e tirou a oportunidade de os municípios mineiros arrecadarem até R$ 500 milhões a mais por ano. O prefeito de Lambari, Sérgio Teixeira (PSDB), reclama que a cidade no Sul de Minas tem uma carência grande na saúde e precisa construir uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) orçada em R$ 1,2 milhão.
Em Itamarandiba o prefeito eleito, Erildo Gomes (PSDB), já contava com o dinheiro para reformar o mercado municipal e pavimentar algumas ruas. A cidade no Vale do Jequitinhonha é considerada a capital brasileira do eucalipto.