Jornal Estado de Minas

Serviços suspensos por prefeito terão de ser retomados em Matozinhos

Liminar expedida ontem pela 2ª Vara de Justiça de Matozinhos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, determina que a prefeitura deve retomar imediatamente todos os serviços públicos suspensos no fim do mandato do atual prefeito, Murilo Rezende (PPS), como a normalização da coleta de lixo – inclusive o hospitalar –, a regularização dos atendimentos no Hospital Wanda Andrade Drummond e nos postos de saúde e a retomada dos programas de acolhimento de idosos e crianças. A decisão da juíza Sayonara Marques Issa prevê multa diária de até R$ 8 mil por descumprimento.

Em 15 de novembro, o Estado de Minas publicou matéria denunciando prefeitos derrotados nas eleições municipais que suspenderam serviços essenciais de suas cidades, o que motivou ações do Ministério Público Federal (MPF) – que expediu recomendações a 600 prefeituras de Minas para que não terminem suas administrações de maneira irregular – e do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que teve sua ação deferida integralmente contra a Prefeitura de Matozinhos. A reportagem relatava também problemas diversos em Santa Luzia, Araçuaí, Engenheiro Navarro, Glaucilândia, Bonito de Minas, Matozinhos e Januária.

“Ficou determinado que todos os serviços citados na ação sejam retomados. A Justiça não pode obrigar a prefeitura a reatar os convênios, mas ela terá de regularizar os serviços imediatamente, prestando-os ela mesma ou não”, explica a promotora Tatiana Pereira, de Matozinhos, que assina a ação, juntamente com os promotores Geraldo Magela Lopes e Marcelo Oliveira Costa.
 
MÉDICOS SEM RECEBER Com o hospital regional de Matozinhos, por exemplo, vigorava um contrato que repassava R$ 60 mil por mês para a administração da unidade, que foi rompido. A reportagem do EM certificou, em novembro, que alguns médicos estavam trabalhando sem receber e que o estoque de remédios estava muito baixo no hospital. Diversos moradores reclamaram da frequência da coleta de lixo, que passou a ocorrer uma vez por semana nos meses finais do ano, e do lixo hospitalar da Unidade de Pronto Atendimento da cidade, que se acumula há meses.

A liminar determina multa de R$ 2 mil para o descumprimento de cada um dos quatro itens listados pela promotoria: regularizar o funcionamento do Conselho Tutelar da cidade; viabilizar o acolhimento de crianças, idosos e portadores de necessidades especiais; regularizar o serviço público de saúde e o recolhimento de lixo domiciliar, comercial e hospitalar; e que a prefeitura apresente um relatório da retomada dos serviços. Procurada, a assessoria de comunicação da Prefeitura de Matozinhos não respondeu..