Pesos pesados do cenário político entraram em cena para tentar reverter a decisão da presidente Dilma Rousseff (PT) de vetar parcialmente a distribuição dos royalties do petróleo. Onze governadores e outros sete representantes estaduais, entre vice-governadores e secretários, se reuniram em Brasília para traçar os próximos passos da mobilização contrária à escolha do Palácio do Planalto. O grupo conversou com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), cobrando agilidade na apreciação do veto no Congresso e escalou o governador do Acre, Tião Viana (PT), como interlocutor junto à presidente Dilma. A manifestação dos governadores ocorre depois que prefeitos e deputados tornaram pública a insatisfação com a decisão presidencial que barra a distribuição imediata dos royalties entre os estados e beneficia Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Leia Mais
Governadores não devem se opor a repasse dos royalties para educaçãoPara ministro, royalties do petróleo não podem ser gastos em "calçadas de luxo"Dilma diz na mensagem de veto que mudança nos royalties é inconstitucionalRoyalties do petróleo são foco de fala de Dilma no rádioDeputado tenta anular no STF sessão do Congresso sobre royaltiesDilma diz que não pode fazer nada para impedir redivisão de royalties do petróleoRio pode ir ao STF contra derrubada de vetos, diz CabralCongresso aprova urgência para votar vetos ao projetos dos royaltiesAdiada sessão do Congresso Nacional para votar vetos no projeto dos royaltiesVotação de veto sobre partilha dos royalties do petróleo preocupa PlanaltoSarney promete colocar em regime de urgência votação dos vetos dos royalties Congresso analisará pedido de revisão sobre royaltiesParlamentares apresentam requerimento de ugência para votar vetos dos royaltiesParlamentares, prefeitos e governadores têm urgência para apreciar vetoSarney se compromete a colocar em votação vetoParlamentares querem votar veto à redistribuição dos royalties do petróleo ainda este anoOs governadores reforçaram que a mudança aprovada no Congresso incidiria somente sobre a distribuição dos recursos entre os entes da federação e não teria qualquer relação com os contratos firmados com empresas exploradoras, como afirmam representantes dos estados ditos produtores – Rio e Espírito Santo. Segundo fluminenses e capixabas, o rompimento de acordos seria inconstitucional e criaria insegurança jurídica na exploração do combustível. “Os argumentos colocados para vetar o projeto não procedem. O contrato é feito entre a ANP (Agência Nacional do Petróleo) e as empresas, que pagarão os mesmos royalties com a nova regra. São 18 estados que tomaram uma posição de continuar lutando pela melhor distribuição desse recurso”, explicou o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB).
O socialista disse ainda que, além da mobilização no Congresso, os governadores querem discutir o tema diretamente com o Planalto. “Não é uma luta contra a presidente Dilma.
TRAMITAÇÃO A Medida Provisória (MP) 592/12, que trata da divisão dos royalties, foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) na noite de segunda-feira, um dia depois de oficializado o veto parcial ao texto enviado pelo Congresso. A presidente barrou integralmente o artigo que previa uma distribuição das receitas de exploração em áreas já licitadas e rejeitou outros 22 itens da lei aprovada pelos deputados e senadores. Se a medida provisória não for apreciada em até 45 dias, contados de sua publicação, ela entrará em regime de urgência, trancando as pautas de votações.