Brasília – Das 21 pessoas indiciadas pela Polícia Federal pela Operação Porto Seguro, algumas delas são acusadas de cometer o mesmo crime várias vezes. É o caso de Paulo Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), apontado como um dos líderes do esquema. Ele será acusado de corrupção ativa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e formação de quadrilha. Só no caso de corrupção ativa, por exemplo, Paulo Vieira foi enquadrado seis vezes. Ele pode ter todas as penas somadas ou, caso haja o entendimento de que os crimes são fruto de uma ação continuada, ser indiciado somente uma vez. Nesse caso, a pena é aumentada em um sexto à metade.
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Cabe ao Ministério Público Federal (MPF) analisar os indiciamentos da Polícia Federal e decidir que denúncias vai oferecer à Justiça. Caso entenda que algum dos personagens envolvidos não cometeu qualquer dos crimes a eles imputados, o MPF tem a prerrogativa de não oferecer denúncia. Os suspeitos só responderão judicialmente aos crimes contidos nas denúncias oferecidas pelo MPF, mas os indiciamentos continuam valendo nas fichas criminais.
Na lista de indiciamentos da Polícia Federal, à qual o Estado de Minas teve acesso, não consta o nome do delator do esquema. Ex-auditor do Tribunal de Contas da União, Cyonil da Cunha Borges iria receber R$ 300 mil pela elaboração de um parecer técnico falso. Cyonil recebeu um calote de R$ 200 mil e resolveu contar o que sabia. A denúncia foi feita em fevereiro de 2011 e a operação, deflagrada em 24 de novembro..