A revisão de penas proposta pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello reduziria a punição de 16 dos 25 condenados do mensalão. O maior beneficiado seria o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP). A mudança faria com que o deputado se livrasse do regime fechado passando diretamente para o cumprimento de pena alternativa. Em termos nominais, a maior redução é para Marcos Valério, que teria a pena reduzida de 40 anos, 4 meses e 6 dias de prisão para 10 anos e 10 meses, mas o empresário continuaria tendo de começar a cumprir em regime fechado. A sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) foi suspensa para intervalo na tarde desta quarta-feira.
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Absolvido no julgamento do mensalão, Duda anuncia fusão de sua agênciaSTF inicia revisão de penas e multas do mensalãoSTF começa a acertar últimos detalhes para a reta final do julgamento do mensalãoAs novas penas propostas por Marco Aurélio livrariam do regime fechado João Paulo Cunha, a ex-diretora da agência Simone Vasconcelos, o ex-advogado Rogério Tolentino, o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, o ex-presidente do PP Pedro Corrêa, e o ex-diretor do Banco Rural, Vinicius Samarane.
No caso do deputado petista, a pena cairia de 9 anos e 4 meses para 3 anos, 10 meses e 20 dias. A lei determina início do cumprimento da pena em regime fechado para quem for condenado acima de oito anos de prisão; semiaberto para quem ficar entre quatro e oito anos; e aberto para quem receber sanção inferior a quatro anos, que pode ainda ser convertida em pena alternativa. Por isso, João Paulo Cunha teria sua expectativa de prisão convertida em pena alternativa. Os outros quatro que deixariam o regime fechado poderiam ser beneficiar do semiaberto.
O ex-deputado Bispo Rodrigues (PL-RJ) também teria como benefício um regime mais ameno. Condenado a 6 anos e 3 meses em regime semiaberto, ele poderia receber uma pena alternativa em vez dos 3 anos, 9 meses e 15 dias.
Em relação aos outros réus, a redução da pena seria importante porque eles ficariam menos tempo na cadeia. A legislação determina progressão de regime após cumprir um sexto da pena. Marcos Valério, por exemplo, teria antes de passar mais de seis anos em regime fechado e agora poderá ir para o semiaberto após um ano e nove meses na prisão.
A proposta de redução de penas, ainda que com a manutenção do regime fechado, beneficiou os ex-sócios de Marcos Valério, Ramon Holerbach e Cristiano Paz, a ex-presidente e acionistas do Banco Rural Kátia Rabello e o ex-vice do banco José Roberto Salgado.
Apenas nove réus não foram beneficiados pela proposta de Marco Aurélio, entre eles o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares..