Marcelo da Fonseca
A mobilização de parlamentares, prefeitos e governadores para derrubar o veto da presidente Dilma Rousseff (PT) à distribuição dos recursos arrecadados com os royalties do petróleo deu resultado. Ontem, em reunião com senadores e deputados dos 24 estados prejudicados com a decisão do Planalto, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), garantiu que vai colocar em votação o pedido de urgência para a apreciação do veto na terça-feira que vem, dia 11. O grupo, que contou com apoio de governadores e prefeitos no movimento por uma divisão mais justa dos royalties, já reuniu as 41 assinaturas no Senado e 257 na Câmara – maioria simples necessária para aprovação do pedido de urgência. A expectativa dos parlamentares é de que a análise do veto ocorra no máximo daqui a duas semanas, entre os dias 18 e 20, antes do recesso parlamentar.
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Parlamentares querem votar veto à redistribuição dos royalties do petróleo ainda este anoGovernadores entram na briga contra o veto dos royalties do petróleoPara ministro, royalties do petróleo não podem ser gastos em "calçadas de luxo"Royalties do petróleo são foco de fala de Dilma no rádioPlanalto tenta impedir urgência para votação de vetoParlamentares ameaçam governo com obstrução no Congresso NacionalO veto parcial de Dilma ao artigo que previa uma distribuição dos repasses dos recursos relativos às áreas já licitadas frustrou prefeituras e estados. Dessa forma, somente nos novos contratos a regra aprovada no Congresso passará a valer, o que adiaria a distribuição dos recursos. A decisão da presidente atendeu a pressão dos estados ditos produtores – Rio de Janeiro e Espirito Santo – e desencadeou uma reação na tentativa da derrubada do veto. Segundo o senador Wellington Dias (PT-PI), autor do projeto enviado ao Planalto e um dos líderes no movimento pela derrubada do veto, caberá às duas casas decidir se a postura da presidente Dilma foi correta. Para ser derrubado, o veto precisa passar por votação secreta na Câmara e no Senado, que podem realizar sessão conjunta.
Saída O representante fluminense no encontro com Sarney – único dos estados ditos produtores – foi o deputado Alessandro Molon (PT-RJ), que afirmou que vai trabalhar para impedir a derrubada do veto. Mesmo estando em minoria, os parlamentares dos dois estados vão tentar achar uma saída. “Defendi que não fosse votada a derrubada do veto, porque levará, inevitavelmente, à judicialização, que é pior para o país inteiro. Eles disseram que tem de ser votado porque a maioria quer. Mas é um erro”, afirmou Molon. O argumento da insegurança jurídica que se criaria caso o texto fosse integralmente aprovado está sendo duramente criticado pelos colegas, que consideram a justificativa uma mentira. (Com agências) .