O registro de um voto fantasma no painel eletrônico da Câmara Municipal de São Paulo suspendeu nessa quarta-feira a votação do Orçamento da capital para 2013. Por volta das 17h30, durante sessão extraordinária, a posição do vereador Fernando Estima (PSD) foi computada sem que ele estivesse no plenário - o sistema mostrava que o parlamentar tinha votado contra o projeto o que não era esperado. Colegas apontaram a irregularidade e o processo foi paralisado. A Casa trata o caso como uma falha técnica e diz que vai investigar.
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“Quando vi o resultado, olhei para onde o Estima costuma ficar e vi que ele não estava lá. Então, disseram que ele não estava na sessão e percebemos que algo estava errado”, comentou o vereador Milton Leite (DEM), primeiro a questionar, aos gritos, a suspeita de fraude.
Presidente da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara, Leite declarou mais tarde acreditar que o problema ocorreu por um problema técnico. “Não houve maldade. Os funcionários da Casa disseram que a máquina (que registra as votações) estava com falhas há algum tempo”, alegou. “Tanto que, quando fizemos a votação nominal pelo microfone, o resultado foi o mesmo, com exceção do voto do Estima.”
A posição do líder do DEM, porém, foi questionada por colegas. Para Carlos Apolinário (PMDB), a Câmara deve abrir uma sindicância interna para apurar o que ocorreu.
O presidente da Casa, José Police Neto (PSD), argumentou que a votação feita diretamente no microfone impede qualquer possibilidade de fraude. Ele não quis comentar a suposta falha nem definiu por quanto tempo o painel eletrônico ficará fora de uso.
Falta
Fernando Estima não foi localizado na Câmara na quarta-feira (05). Funcionários de seu gabinete apenas confirmaram que ele não apareceu na Casa nem participou da sessão que colocou em votação a proposta orçamentária.
Para que o Orçamento da futura gestão Fernando Haddad (PT) seja conhecido, será preciso uma nova votação, que ainda não foi marcada, mas deve ocorrer na semana que vem. A proposta é de R$ 42 bilhões - 8% mais do que o previsto para este ano.
Nessa fase da discussão, a bancada de 11 vereadores do PT na Casa não propôs emendas, mas defendeu uma margem de remanejamento de 15%. As mudanças para contemplar as promessas feitas pelo futuro governo devem ser negociadas a partir de hoje e contempladas em texto a ser aprovado em segunda votação..