José Dirceu volta a Brasília para reunião do PT

O ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu participará, nesta sexta-feira e sábado, da última reunião do ano da Diretoria Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT). O encontro não tem pauta definida, mas o mensalão está entre os temas que devem ser discutidos. A previsão é que a posição dos dirigentes da legenda conste, inclusive, no documento que será divulgado ao fim da reunião. José Dirceu foi condenado a 10 anos e 10 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal. Ele chegou a Brasília ontem e retornará sábado para São Paulo. José Genoino e João Paulo Cunha, também condenados na Ação Penal 470, não comparecerão.

No mês passado, a Executiva Nacional do PT emitiu nota sobre o mensalão, afirmando que o STF não garantiu o amplo direito de defesa aos réus e que fez um julgamento político. Durante a reunião da diretoria, que começa às 10h, também serão analisados o atual cenário político, o resultado das eleições de 2012, a situação econômica do país e a tentativa da oposição no Congresso de envolver o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema de venda de pareceres descoberto pela Operação Porto Seguro, da Polícia Federal. A operação culminou com o indiciamento da ex-chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, por três crimes, incluindo corrupção passiva. As eleições diretas para renovar o comando do PT, marcadas para 6 de novembro de 2013, também serão colocadas na pauta da reunião.

 

Enquanto isso...

…ex-dirigente do PT escapa

Quatro anos após fechar um acordo com o Ministério Público Federal, o ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira teve declarada extinta a punibilidade no processo do mensalão. A medida foi assinada pelo presidente do Supremo e relator do processo, Joaquim Barbosa. "Nos autos desta carta de ordem, verifica-se que o remanescente do período de prova foi cumprido. Sendo assim, declaro extinta a punibilidade de Sílvio José Pereira", determinou Barbosa, em despacho assinado na segunda-feira. Em 2008, Sílvio Pereira foi beneficiado pela suspensão condicional do processo, acordo por meio do qual deveria comparecer ao fórum mensalmente, por três anos, e prestar 750 horas de serviços comunitários. Em troca, ele teve seu nome retirado do processo do mensalão.