Um dia depois de a presidente Dilma Rousseff ter dito que o Tesouro Nacional bancará a diferença para reduzir o custo da energia elétrica, o Diretório Nacional do PT culpou nesta sexta-feira diretamente o PSDB pela criação de obstáculos para a diminuição da conta de luz. Em nota aprovada nesta sexta, a cúpula do PT acusou os tucanos de agirem em nome de interesses eleitorais.
"(...) Governadores do PSDB e seus aliados - derrotados nas últimas eleições e de olho numa revanche em 2014 - são contra a conta de luz mais barata. Assim, colocam seus interesses econômicos e eleitorais acima do bem e da população e do empresariado que está com a presidenta nesta batalha, que dá continuidade à difícil redução dos juros e da carga tributária", diz a nota.
Nos últimos dias, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), pré-candidato à Presidência, criticou o que definiu como "profunda intervenção do governo Dilma" no setor elétrico. Em tom contundente, Aécio disse que a presidente - sua possível adversária nas eleições de 2014 - cometerá "estelionato eleitoral" se não reduzir as contas de energia em 20,2%, em média, como prometeu em setembro. Irritada, Dilma afirmou que não está fazendo "graça com chapéu alheio", anunciou que o Tesouro bancará a diferença e falou em "insensibilidade" dos que recusaram o acordo.
"Energia mais barata significa 'baixar o custo Brasil', que, para a elite conservadora, é sinônimo apenas de 'salário, leis trabalhistas e gastos sociais'", afirma o documento aprovado pelo Diretório Nacional do PT. O partido aproveitou para dar uma alfinetada no ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) pela privatização do setor e orientou seus parlamentares e dirigentes a fazerem manifestações em defesa da aprovação da Medida Provisória 579, que trata do assunto.
O secretário Nacional de Comunicação do PT, o deputado federal André Vargas (PR), também criticou os tucanos. "Quando a presidenta (Dilma Rousseff) apresenta uma proposta de redução da energia elétrica, o PSDB politiza e os três Estados que eles governam reagem e não apoiam a presidenta da República. Isso é algo para nós chamarmos a atenção", criticou Vargas, durante encontro da direção do partido, realizado em Brasília.
Para o petista, é nessa hora que o "tucano deixa de ser tucano para ser um pouco como tigre defensor do mercado". "Eles defendem na verdade os acionistas, os rentistas e não defendem os trabalhadores, os mais pobres", afirmou.