A Câmara de Belo Horizonte aprovou ontem em primeiro turno o projeto de lei que cria a Secretaria Especial de Prevenção da Corrupção. Enviada pela Prefeitura de Belo Horizonte em abril, a proposta recebeu apoio 24 parlamentares e 3 votos contrários. O novo órgão, que precisa passar novamente pelo plenário da Casa antes de ser implantado, prevê uma atuação parecida com a da Advocacia Geral da União (AGU), só que em âmbito municipal. Entre as atribuições propostas estão o desenvolvimento de mecanismos de prevenção do mau uso do dinheiro público nos órgãos municipais e a supervisão da coleta de informações estratégicas da Controladoria Geral do Município. A nova pasta deverá funcionar no prédio da prefeitura e custará à cidade anualmente R$ 640.396,99. Serão criados 15 cargos, sendo um de secretário especial, nove de assessor e quatro de assistente.
Apesar de aprovado com apoio da maioria, o texto enviado pelo Executivo recebeu duras críticas da bancada petista, que lembrou a existência de outros órgãos responsáveis pelo combate à corrupção. Para o vereador Arnaldo Godoy (PT), seria mais vantajoso para a cidade que os meios já existentes de controle recebessem mais investimentos.
O líder de governo, Ronaldo Gontijo (PPS), ressaltou a necessidade de aprofundar cada vez mais as práticas de combate à corrupção na administração pública e garantiu que os integrantes da nova pasta serão escolhidos por critério técnico. “Um projeto que propõe aumentar a transparência nas secretarias e órgãos municipais e trabalhar na prevenção dos erros com gastos públicos não pode ser confundido dessa forma”, rebateu Gontijo. Segundo o vereador, o novo secretário vai atuar próximo do prefeito Marcio Lacerda (PSB), “passando um pente-fino em todos os contratos da cidade”.
Também contrário à criação da secretaria, o vereador Adriano Ventura (PT) questionou a capacidade de um secretário em fiscalizar outros.