A executiva nacional do PMDB decidiu fechar nesta segunda-feira, depois de uma reunião tensa, apoio à aprovação da Medida Provisória 579 que prevê redução das tarifas de energia elétrica para empresas e consumidores a partir do ano que vem. A cúpula do partido aprovou por unanimidade a MP após enquadrar o deputado federal Eduardo Cunha (RJ), indicado como relator revisor da Comissão mista que analisará a medida. Ele chegou a avisar aos líderes da legenda que não iria aprovar o texto do governo.
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PT acusa PSDB de agir em nome de interesse eleitoral na questão da energia elétricaPimentel diz que agora é 'bateu, levou' sobre PSDB ser contra redução de energiaGoverno não recuará da decisão de reduzir preço da energia, diz DilmaGoverno garantirá redução na tarifa de energia, diz ministra Deputado do PSB critica 'hegemonia' do PMDBDilma destaca, no rádio, redução do preço da energiaSenado aprova medida provisória que reduz conta de energiaCâmara pode votar esta semana medida que reduz preço da conta de luzPMDB de Minas quer mais um ministério e manda recado para a cúpula do governoApós a reunião, Raupp, presidente interino do partido, leu uma nota à imprensa deixando claro que a executiva aprovava por "unanimidade" a decisão de fechar questão a favor da MP, sem consulta formal às bancadas - deputados e senadores já tinham dito em conversas no fim de semana que aprovavam a medida. "O PMDB não abre mão de reduzir a conta de luz de todos os brasileiros", destacava o comunicado lido por Raupp.
"A diminuição das tarifas de energia é importante para o consumidor", disse Calheiros, também em entrevista. "O erro foi o Henrique (Henrique Eduardo Alves, do PMDB do Rio Grande do Norte) indicar como relator revisor o Eduardo Cunha, com interesses no setor elétrico", disse um líder peemedebista.
Na última quinta-feira, Calheiros e o vice-presidente Michel Temer ouviram Eduardo Cunha dizer que não aceitaria a imposição do partido. O tom de voz e a contundência nas palavras irritaram Temer.
Um dos senadores chegou a lembrar que o estatuto do partido previa até o desligamento do parlamentar que se posicionasse contra a executiva em votações abertas, como será o caso da Medida Provisória. "O PMDB tem obrigação, com seus dois relatores, de dividir com a presidente Dilma Rousseff o privilégio de reduzir a conta de luz das pessoas físicas e das empresas que geram emprego", disse Eunício Oliveira. "Nesta questão, o PMDB não pode ter discordância."
Na comissão que irá analisar a MP, o deputado Jilmar Tatto (PT-SP) foi eleito presidente, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) foi escolhido como relator e o deputado federal Eduardo Cunha (RJ) indicado como relator revisor..