Amanda Almeida
Brasília – Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia negaram nessa quarta-feira que haverá crise institucional entre o Judiciário e o Legislativo no caso de os magistrados se decidirem por cassar o mandato dos três deputados condenados no processo do mensalão. Até agora, quatro ministros votaram pela cassação dos parlamentares, enquanto outros quatro concordaram que a decisão sobre a perda do mandato tem de ser tomada pela Câmara.
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Líderes apoiam Marco Maia sobre prerrogativa da Câmara de cassar deputadosCármen Lúcia acompanha revisor e placar é de 4x2 para que a Câmara decida sobre mandatoBarbosa espera que a Câmara não proteja condenadosLewandowski diz que não há mal-estar entre STF e CongressoJulgamento do mensalão pode terminar hoje“Cada poder cumpre o seu papel. O Supremo cumpre o dele e o Parlamento cumprirá o dele. Não há mal-estar nenhum. As instituições estão funcionando normalmente e a democracia está se desenvolvendo no país sem maiores problemas”, disse Lewandowski.
O ministro aposentado Cezar Peluso também seria homenageado, mas não pôde comparecer à cerimônia. A solenidade foi comandada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS). Ayres Britto discursou em nome dos homenageados e também destacou a harmonia entre as instituições. “Os Poderes são independentes e é preciso muita coragem para assumir a própria independência”, disse.
ADIAMENTO A decisão sobre a cassação dos mandatos de deputados condenados pelo Supremo, prevista para ontem, foi adiada para a sessão da tarde de hoje. A mudança ocorreu por causa da ausência do decano da Corte, Celso de Mello, o único ministro que ainda não se pronunciou sobre o tema.
Diante das declarações de Marco Maia, de que a Casa poderia não cumprir a determinação do Supremo, Marco Aurélio Mello disse que essa seria uma atitude grave. “Se ele não observar o título emanado do Supremo, é o fim, é a babel”, decretou o ministro, que voltou a defender a abertura de investigações contra o ex-presidente Lula. “A simples notícia de uma prática criminosa já sugere abertura de investigação”. (Com agências)
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