Jornal Estado de Minas

PMDB de Minas quer mais um ministério e manda recado para a cúpula do governo


O PMDB de Minas Gerais cobrou nessa quinta-feira um ministério no governo da presidente Dilma Rousseff (PT), mas não garantiu apoio à petista em uma eventual campanha pela reeleição em 2014. O partido fez convenção ontem para reconduzir o deputado federal Antônio Andrade à presidência da legenda e definir os demais cargos do diretório. Desta vez sem disputa interna, a reunião se tornou palanque para os integrantes do partido propagandearem a unidade da legenda, tradicionalmente marcada por rachas no estado.

Dentro do consenso, um recado embutido. Os peemedebistas mineiros querem mostrar força nacionalmente para conseguir novos espaços. Defendem o deputado federal Saraiva Felipe como líder do partido na Câmara. Também cobram de Dilma um ministério, que teria sido prometido pelo vice-presidente Michel Temer em reunião com lideranças do PMDB mineiro nos últimos dias. Antônio Andrade disse que quem vai decidir como o partido vai se comportar nas próximas eleições é a militância. Segundo ele, a legenda trabalha com a possibilidade de lançar candidatura própria ao governo com chapa pura, senador e chapa de deputados estaduais e federais, mas está aberta a composições, inclusive com o PT.
Não descartou nem mesmo uma união com os tucanos: “Quem sabe o PSDB possa vir nos apoiar?”.

Apesar dos planos, Andrade não disse se o partido fará uma oposição mais ferrenha ao governo de Minas, comandado pelo PSDB. “O que defendemos não é contra ninguém, é a favor de Minas Gerais”, alegou. Questionado em seguida se o governo Dilma estaria sendo bom para o estado, o presidente do PMDB se esquivou: “Ainda estamos no segundo ano de governo e há obras anunciadas para Minas”.

2014

Andrade não respondeu se o partido fica com Dilma ou com uma possível candidatura do senador Aécio Neves (PSDB), de quem já foi base, à Presidência. Lembrou que o partido tem hoje o vice-presidente e até ele pode vir a se candidatar. “Faltam dois anos ainda”, disse. Fazendo coro com os colegas de partido que cobraram mais uma vez um cargo relevante para os peemedebistas mineiros, Andrade disse que o partido pede o que lhe cabe, mas só Dilma pode decidir se ele terá uma posição.
Ele garantiu que não vai haver rebelião. “Haverá uma eleição daqui a dois anos e a presidente sabe qual a importância do PMDB de Minas Gerais”, insinuou. Adalclever Lopes será o novo líder do partido na Assembleia Legislativa..