As denúncias de corrupção, lembradas por 35% dos entrevistados na pesquisa CNI/Ibope, divulgada na manhã desta sexta-feira, não se relacionam diretamente com o governo de Dilma Rousseff. A afirmação é do gerente executivo de Pesquisas da Confederação Nacional da Indústria, Renato Fonseca.
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Avaliação pessoal de Dilma bate novo recorde, com 78% de aprovação Dilma diz que reduzir burocracia é um dos desafios do BrasilPresidente Dilma diz que não tolera corrupçãoEm 10 anos, quatro mil foram expulsos do serviço público por corrupção Avaliação da economia feita por pesquisa deve colocar governo Dilma em alertaOs entrevistados disseram que, nos últimos três meses, o assunto mais lembrado foi o julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal, com 23% de citação. Em terceiro lugar, empatados em 10% vieram a Operação Porto Seguro e o caso envolvendo o contraventor Carlinhos Cachoeira, alvo de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Educação, saúde e segurança
O governo precisa melhorar saúde, educação e segurança se quiser aumentar sua popularidade. Na análise do economista, apesar da piora desses indicadores, não houve deterioração da avaliação geral do governo Dilma. "Saúde, segurança e educação têm uma divisão entre os três níveis do governo. A população está mais próxima do nível municipal, e as eleições trouxeram essas discussões mais vivas, afetando a evolução dessas variáveis."
Conforme a pesquisa CNI/Ibope, a reprovação da população em relação ao governo Dilma aumentou nessas áreas em dezembro na comparação com setembro, último levantamento.
Em contrapartida, o executivo ressaltou que as políticas sociais seguem como o carro chefe da atual gestão. Por isso, de acordo com ele, a população ainda avalia o segundo ano do governo Dilma como positivo, bem como a atuação da presidente. "Os resultados mostram estabilidade na confiança", resumiu.
Comparação com Lula
Na comparação com governo Lula, os números seguem, tecnicamente, iguais aos das pesquisas anteriores. O economista salientou, porém, a tendência de aumento da avaliação de que o governo Dilma é melhor do que o de seu antecessor, ao mesmo tempo que há uma tendência de queda entre os que o consideram pior. "Eles estão se encontrando e a tendência é de inverter, mas vem evoluindo muito devagar."
Fonseca informou ainda que os dados relativos ao Nordeste chamam atenção na comparação. Para os nordestinos, somente 13% veem a presidente como melhor do que Lula ante média nacional de 19%.