Apesar de a presidente Dilma Rousseff encerrar o ano com uma aprovação pessoal de 78%, apontadas nesta sexta-feira pela pesquisa CNI/Ibope, a avaliação dos 2.002 entrevistados sobre o desempenho econômico do governo chamou a atenção de cientistas políticos ouvidos pela Agência Estado. De acordo com o levantamento, caiu de 50% para 45% o número de brasileiros que aprovam a política de combate à inflação do governo, de 49% para 41% os que apoiam a política de redução de taxa de juros e subiu de 57% para 65% o porcentual de insatisfeitos com a política de impostos do governo. "É no mínimo uma luz amarela para o governo tomar medidas", avaliou o vice-coordenador do curso de Administração Pública da Fundação Getulio Vargas (FGV), Marco Antonio Teixeira.
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Sarney elogia Dilma por qualidades e gestão no governoDilma se desvincula de denúncias de corrupção, cita CNIAvaliação pessoal de Dilma bate novo recorde, com 78% de aprovação Presidente Dilma diz que não tolera corrupçãoDilma passa aniversário sem bolo em MoscouNa opinião de Teixeira, a "inquietação" do brasileiro no aspecto econômico pode ter efeitos a médio prazo, mas, enquanto emprego e renda não forem afetados, a aprovação pessoal da presidente deverá seguir em alta. No entanto, se as dificuldades econômicas fugirem do controle, essa popularidade pode desmoronar, comprometendo a reeleição de Dilma em 2014. "A questão econômica é chave para qualquer governo", disse Teixeira.
O professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais, Fábio Wanderley Reis, concorda que os números da nova pesquisa põem o governo Dilma em alerta. "Neste momento, as coisas estão mais negativas do que estavam há algum tempo. Há aspectos da política econômica que não têm dado certo, como o crescimento econômico", afirmou.
Por enquanto, ressaltam os especialistas, o eleitorado consegue separar a figura pessoal da presidente da República e manter a aprovação de seu governo em 62%.
De acordo com Reis, 2013 será um ano decisivo para o governo e para a sucessão presidencial de 2014. "A questão é saber se no ano que vem a gente vai efetivamente conseguir arrancar (crescer economicamente)", comentou o cientista político..