O Ministério Público Eleitoral (MPE) denunciou nessa segunda-feira 12 dos 41 vereadores da Câmara Municipal de Belo Horizonte por uso de verba indenizatória para custear gastos de campanha. A investigação teve início com a reportagem exclusiva publicada pelo Estado de Minas em setembro sobre o uso, nas eleições, de veículos abastecidos com recursos públicos. Relembre aqui. Na ação, o MPE pede liminarmente a cassação dos diplomas dos reeleitos e também dos que não conseguiram mais um mandato mas figuram como suplentes. A diplomação dos novos vereadores está marcada para amanhã.
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Projeto reduz verba indenizatória para deputados; economia chega a R$ 8 milhõesCâmara libera verba indenizatória no período eleitoralDeputados usam verba indenizatória para pagar advogados por consultoriasVerba indenizatória para vereadores de BH pode sofrer mudanças Prefeito de BH, vice e vereadores vão ser diplomados hoje pela Justiça EleitoralEm votação relâmpago, parlamentares da capital aumentam em 34,1% o próprio salárioJustiça bloqueia bens de deputado e de 12 prefeitos mineirosCom base em uma deliberação interna da Câmara, os vereadores declaram no início da legislatura os veículos particulares de passeio – com indicação de modelo e placas – passíveis de serem abastecidos com recursos do Legislativo para uso do mandato.
A denúncia destaca que durante a apuração alguns vereadores tentaram burlar possíveis investigações trocando a relação das placas dos veículos autorizados a abastecer às custas de recursos públicos. Alguns deles, além de plotados com campanha política, ainda tinham auto-falante para divulgar o jingle e também mensagens dos candidatos. Caso, por exemplo, dos carros usados por Bruno Miranda e Alberto Rodrigues. Assinada pelo promotor José Renato Rodrigues Bueno, a ação destaca que o uso de recursos públicos para custeio de gastos de campanha “fere a igualdade de oportunidades entre os demais candidatos que concorreram ao pleito eleitoral disputado em 7 de outubro último”.
Além das fotos publicadas pela reportagem, o MPE fez uma diligência ao redor da Câmara e registrou veículos abastecidos pela Casa e plotados com propaganda eleitoral, alguns com equipamentos de som adaptados sobre o teto de veículos que serviram, nitidamente, de apoio para a publicidade dos candidatos.
Salários
Na provável última reunião do ano e da atual legislatura da Câmara Municipal de Belo Horizonte, os vereadores vão votar o Projeto de Lei 2.396/2012, que reajusta seus salários de R$ 9,2 mil mensais para R$ 12,4 mil, o do prefeito de R$ 19 mil para R$ 23 mil e o dos secretários municipais de R$ 12,7 mil para R$ 15,6 mil. Além desse, serão votados hoje o projeto que cria a Secretaria Municipal Extraordinária para a Copa do Mundo, e que cria a Secretaria Especial de Prevenção da Corrupção.