A presidente Dilma Rousseff desqualificou as denúncias do ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) Paulo Vieira contra a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Em conversa com auxiliares, Dilma viu “má-fé” nas declarações de Vieira e pediu a Izabella que divulgasse nota rebatendo ponto por ponto a acusação de que teria pressionado repartições federais para aprovação de um projeto de interesse do ex-senador Gilberto Miranda, em Santos.
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Ministério pediu à AGU que revisse parecer que contrariava ex-senadorDenúncias contra ministra do Meio Ambiente não merecem "credibilidade", diz ministroMinistra do Meio Ambiente nega benefício e defende licenciamentoInvestigação da PF "blindou" ministra do Meio Ambiente, diz Paulo Vieira Dilma espera economia mais competitiva e um "pibão" para 2013Outros ministros também saíram em defesa de Izabella e desqualificaram o ex-diretor da ANA. “Não dá para dar credibilidade a essas denúncias. De fato, não dá. O que dá (para dar credibilidade) está nos autos da Polícia Federal, que agiu e age com a autonomia de sempre”, disse o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.
Na mesma linha, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, lembrou que o inquérito da PF não cita Izabella. “Não é a tentativa de pessoas incriminadas, de desviar o foco da investigação ou mesmo diminuir o seu papel, que vai mudar esse roteiro tão bem realizado pela polícia”, afirmou Cardozo. Para ele, a PF está investigando tudo de forma autônoma, com critério e cuidado.
Apesar da aparente tranquilidade no Planalto, o governo está preocupado com os desdobramentos da Porto Seguro e com as recorrentes citações ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além disso, a situação de Adams ainda é delicada, embora ele continue frequentando as principais reuniões do governo. A portas fechadas, ministros dizem que Adams só não caiu porque não apareceu comprovação de que ele saberia do envolvimento de José Weber Holanda, número dois da AGU, no caso.
O diretor-presidente da ANA, Vicente Andreu, rebateu ontem a acusação de que o órgão seria um “cabide de empregos”, como disse Vieira, e negou a afirmação de que seria apadrinhado do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. “Conheço José Dirceu porque sou antigo militante do PT. Sou amigo dele como todos os militantes do partido.”
No Senado, a oposição quer convidar Paulo Vieira para falar no Congresso, a exemplo do que já foi aprovado em relação ao irmão dele, Rubens. O ex-diretor da Anac respondeu que comparecerá à Casa, mas não agendou data. .