A CPI do Cachoeira aprovou na manhã desta terça-feira, por unanimidade, o envio de todo o material bruto das investigações feitas pela comissão parlamentar ao longo dos nove meses de apuração para o Ministério Público Federal em Goiás e a Procuradoria-Geral da República. Será encaminhado todo o acervo físico e eletrônico de documentos da CPI, bem como os sigilos bancário, fiscal, telefônico e de dados.
"No nosso relatório fazemos um juízo de valor com base nas provas que a CPI recolheu, mas é claro que órgãos de investigação permanente podem fazer as suas conclusões e suas análises", afirmou o relator da comissão. Cunha lembrou que, quando foi deflagrada a Operação Monte Carlo, ação da Polícia Federal que prendeu pela primeira vez o contraventor Carlinhos Cachoeira, não se analisou a conduta de pessoas com foro privilegiado. "A CPI não pode se furtar de fazer as suas conclusões diante daquilo tudo que viu e ouviu", observou o relator.
Onyx Lorenzoni destacou que a CPI tem "caminhos tortuosos" típicos de uma investigação parlamentar. De posse dos documentos o deputado disse que a Polícia Federal e o Ministério Público poderão avançar além das apurações das operações Monte Carlo e Vegas, outra ação que investigou o esquema montado por Cachoeira.
"Esta medida é o melhor caminho que podemos chegar neste momento", elogiou o senador Pedro Taques (PDT-MT). "O ideal seria a prorrogação dos trabalhos, mas isso já ficou para trás e não vamos remoer isso", completou. O presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), também louvou a iniciativa da comissão. O deputado Sylvio Costa (PTB-PE), que também foi a favor do compartilhamento de dados, ironizou. "Nós acabamos de aprovar a apoteose ao óbvio."