A votação que derrubou na manhã desta terça-feira o relatório final das investigações da CPI do Cachoeira apresentado pelo relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG), foi apertada e o parecer foi rejeitado por uma diferença de dois votos. Com o apoio de parlamentares da base aliada e até a mobilização de suplentes da CPI, o placar da votação do texto terminou em 18 votos contrários e 16 favoráveis. Os parlamentares, agora, discutem se vão votar o relatório do deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF), que não sugere o indiciamento de nenhum dos investigados.
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Relatório final da CPI do Cachoeira é rejeitadoDados da CPI do Cachoeira serão enviados à Procuradoria-Geral da RepúblicaCPI do Cachoeira enviará documentação ao Ministério PúblicoCâmara quer cassar Leréia por amizade com CachoeiraApós oito meses, CPI do Cachoeira termina sem pedidos de indiciamento CPI do Cachoeira termina sem sugerir indiciamentosO relator propôs algumas alterações finais, com a exclusão do indiciamento do vereador do PSOL Elias Vaz. O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) foi um dos que surpreenderam e acabou apoiando o texto de Odair Cunha. Randolfe justificou-se dizendo que o relatório era o possível. Ele chegou a parafrasear o ex-presidente da Câmara Ulysses Guimarães, na época da Assembleia Constituinte. "Não é a Constituição perfeita, mas será luz de lamparina na terra de desgraçados.
Contrário ao texto, o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), disse que não há como registrar a frustração ao término desta CPI. "Vamos votar contra este relatório não só pelo que dele consta, mas, sobretudo, pelo que não consta dele. O que está ausente é mais expressivo, mais significativo, do que dele consta." O tucano disse que se está, com o relatório de Cunha, "chovendo no molhado", uma vez que as providências de investigação já foram adotadas.
Alvaro Dias criticou o que chamou de "dois pesos e duas medidas" do relator da CPI, que na última hora excluiu do texto o vereador do PSOL. O deputado Silvio Costa (PTB-PE), outro contrário ao relatório, classificou o parecer de "o mais mercurial que já viu neste parlamento". "Eu nunca vi tantas idas e vindas neste relatório", completou.
O líder do PPS da Câmara, Rubens Bueno (PR), que chegou a apresentar um relatório em separado, também surpreendeu e disse que é, no mínimo, uma "desconsideração" não aprovar o trabalho de Odair Cunha no período. "Esse documento não exclui nada, o conluio da madrugada e da noite", destacou..