O líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), afirmou nesta terça-feira que a bancada do partido na Casa é "radicalmente contra" levar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao Congresso para falar sobre uma suposta lista de propina em Furnas durante seu governo. O convite foi aprovado na semana passada na Comissão Mista de Controle de Inteligência, tendo como autor do requerimento o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP).
Logo após a aprovação do convite, Jilmar Tatto chegou a dizer que, "se eles querem guerra, vão ter". É uma referência à tentativa de a oposição investigar o envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mensalão, a partir do depoimento do empresário Marcos Valério feito ao Ministério Público e revelado pelo jornal O Estado de S.Paulo.
O líder do PT no Senado afirmou que está se "fazendo uma vingança com algo que não tem nada a ver". "Vingar do quê, pelo amor de Deus! Eu não faço política com vingança. Faço com coerência. O Congresso não é o fórum adequado para fazer esse tipo de oitiva. Esse é o princípio básico. Presidente e ex-presidente nós não devemos sequer convidar, nem convocar", disse. Ele ressalvou, contudo, que Fernando Henrique e Lula não estão acima de qualquer cidadão.
Segundo Walter Pinheiro, o requerimento do colega da Câmara, que pode ser recusado por se tratar de um convite, não deve se materializar por método. Para o petista, é "mais estardalhaço" do que algo que terá uma consequência prática.