O Judiciário, a imprensa e a oposição foram os alvos dos ataques da bancada do PT na Câmara, em ato de desagravo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nessa terça-feira, no Salão Verde da Casa. Dezenas de petistas e parlamentares de legendas aliadas do governo se alternaram em um palanque improvisado no cafezinho da Câmara, com palavras de ordem em defesa de Lula, enquanto em São Paulo oito governadores faziam uma visita de solidariedade e reconhecimento ao ex-presidente, na sede do Instituto Lula. São eles: Tião Viana (AC), Camilo Capiberibe (AP), Jaques Wagner (BA), Cid Gomes (CE), Sérgio Cabral (RJ), Silval Barbosa (MT), Agnelo Queiroz (DF) e Teotônio Vilela Filho (AL), que é do PSDB. O escritor Fernando Morais também participou da visita.
Nos discursos, os petistas defenderam a tese de que as acusações contra o ex-presidente tentam desconstruir os avanços obtidos pelo governo dele. “A oposição, setores da mídia e do Judiciário – ao dar credibilidade (às denúncias) dizendo antecipadamente isso ou aquilo – querem é abafar as transformações feitas no país por Lula e continuadas pela presidente Dilma”, disse o secretário de Comunicação do PT, deputado André Vargas (PR).
Para o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), durante o governo Lula, o país viu sua imagem melhorar no exterior. “Aqueles que acusam Lula, aqueles que maculam a imagem de Lula, não sabem o que é passar fome, o que é não ter luz elétrica ou não ter como responder a um pedido do filho. Não conhecem a vida dura do trabalhador e da trabalhadora brasileira”, discursou Maia.
Os discursos se alternaram com palavras de ordem petistas. A campanha em defesa do ex-presidente reeditou o bordão “Lula é meu amigo/mexeu com ele/mexeu comigo”, lançado pelas centrais sindicais em São Bernardo do Campo (SP) na esteira do escândalo do mensalão, que estourou em 2005.
Irmão do ex-deputado petista José Genoino, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão, o deputado José Guimarães (PT-CE) evitou citações do julgamento encerrado ontem. “Esse país deve muito a Lula. Mexeu com ele, mexeu não só comigo, mas com o Brasil, com a democracia”, disse o deputado.
Absolvido no julgamento, o ex-deputado petista Paulo Rocha compareceu ao ato, mas evitou o palanque. As bancadas aliadas foram convidadas a participar do evento de desagravo. Mas a maior parte das legendas enviou parlamentares do baixo clero para discursar.