No dia seguinte à CPI do Cachoeira terminar sem nenhum indiciamento, a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados decidiu encaminhar ao Conselho de Ética da Casa um pedido de cassação do mandato de Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) por envolvimento com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O relatório do deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), feito em uma comissão de sindicância da Corregedoria, foi aprovado por unanimidade pelo comando da Câmara.
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Após oito meses, CPI do Cachoeira termina sem pedidos de indiciamento Votação que rejeitou relatório da CPI do Cachoeira foi apertadaParlamentares discordam de relatório final e CPI do Cachoeira fica sem conclusãoCarlinhos Cachoeira sai da prisão após habeas corpus expedido pelo TRFConselho de Ética mantém processo contra o deputado Carlos Alberto LeréiaConselho de Ética da Câmara abre processo disciplinar contra Leréia Cachoeira casa com Andressa e não viaja em lua de melCâmara pede ao Conselho de Ética abertura de processo de cassação do deputado LeréiaO relator do processo de Leréia observou como elementos de quebra de decoro o fato de o deputado ter avisado o contraventor sobre investigações, ter sociedade com ele na posse de um avião e usar um telefone dado por Cachoeira que teria tecnologia contra grampo. Em sua defesa, Leréia tem sustentado que a relação com o contraventor é apenas de amizade.
Apesar da unanimidade na Mesa, Goergen admite serem pequenas as chances de o processo levar a uma cassação no plenário. Ainda que o Conselho de Ética respalde o parecer pela cassação, a votação final tem a proteção do anonimato dos colegas.
Além de encaminhar o caso para o Conselho, a mesa concordou com o arquivamento dos processos contra os outros deputados citados no esquema. Foram inocentados já nessa fase preliminar os deputados Sandes Júnior (PP-GO), Rubens Otoni (PT-GO) e Stepan Nercessian (PPS-RJ).