A sessão conjunta do Congresso Nacional da tarde desta quarta-feira foi aberta sob clima de tensão. A primeira vice-presidente da Câmara, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), abriu a sessão, mas suspendeu os trabalhos logo em seguida, ao perceber que vários parlamentares já estavam postados frente aos microfones, ansiosos para iniciar discussões. Ela, então, chamou os líderes para uma reunião na sala da Presidência e estabelecer um acordo de procedimentos, de forma a evitar exaltações durante os debates e votações.
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu esta semana uma decisão provisória (liminar) determinando que deputados e senadores só poderiam discutir o veto parcial da presidente ao texto dos royalties depois que fossem analisados, em ordem cronológica de recebimento, os mais de 3 mil vetos presidenciais que estão parados no Congresso. Uma das estratégias para permitir que o assunto avançasse foi votar em conjunto todos esses vetos. Além disso, a Mesa do Congresso Nacional, por meio da Advocacia-Geral do Senado, protocolou no Supremo agravo regimental para tentar reverter liminar concedida pelo ministro Luiz Fux.
Cada cédula que está sendo apresentada hoje aos parlamentares contém 463 páginas. Essas cédulas devem ser depositadas em nove urnas colocadas na entrada do plenário da Câmara, onde é realizada a sessão conjunta do Congresso. Cada urna é uma grande caixa de madeira, capaz de receber esses "calhamaços". A análise do estoque de vetos antigos será realizada ao mesmo tempo e computada pelo Secretaria de Informática do Senado (Prodasen).
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) foi um dos primeiros a preencher a cédula e revelou que votará "sim" pela manutenção de todos os vetos presidenciais, inclusive em relação aos vetos de Dilma Rousseff ao projeto de redistribuição dos royalties do petróleo. A decisão, no entanto, é secreta, sem