O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, negou nesta sexta-feira a prisão imediata de 25 condenados no processo do mensalão. Barbosa rejeitou o pedido feito pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para mandar os culpados na ação penal para a cadeia. O chefe do Ministério Público Federal sustentou em agosto, no início do julgamento, que a prisão logo após as condenações visa a evitar eventuais recursos que só têm objetivo de atrasar o cumprimento das penas.
Numa decisão de três páginas, Joaquim Barbosa citou o julgamento de um habeas corpus de 2009 pelo Supremo em que foi negada a prisão antes do fim de todos os recursos cabíveis. Na ocasião, ele foi voto vencido. "Por conseguinte, segundo a atual orientação do plenário do Supremo Tribunal Federal, até o trânsito em julgado da condenação, só há espaço para a prisão de natureza cautelar", afirmou.
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Gurgel apresentou o pedido, por escrito, na noite de quarta-feira (19).
Asilo aos condenados
Na sessão dessa quinta-feira, Joaquim Barbosa rebateu as afirmações do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), que considerou a possibilidade de abrir as portas da Casa para dar asilo aos parlamentares condenados no processo do mensalão. O ministro declarou que “a proposição de uma medida dessa natureza, de acolher condenados pela Justiça no plenário de uma das Casas do Congresso é uma violação das mais graves à Constituição brasileira".
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