À frente do Executivo há 24 meses, a presidente Dilma Rousseff deve promover nova reforma ministerial ao longo de janeiro. Fontes palacianas asseguram que ela será pequena, somente para acomodar acordos feitos durante a campanha das eleições municipais e a nova configuração no Congresso. Ela deve incluir na Esplanada dos Ministérios o partido de Gilberto Kassab, o PSD, e o ex-candidato à Prefeitura de São Paulo Gabriel Chalita (PMDB).
Criado em março do ano passado, o PSD já possui uma bancada de 48 deputados na Câmara e foi o quarto partido que mais elegeu prefeitos em 2012. Força cada vez mais expressiva na política, Dilma pretende trazê-lo para a base e manter a sigla — que se diz nem de direita, nem de esquerda — próxima do governo. O nome mais cotado para ocupar uma vaga na Esplanada é o do vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos. Na companhia do presidente do PSD, Gilberto Kassab, Afif chegou a ser recebido pela presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, no fim de novembro. Outro nome que Dilma vê com bons olhos é o do empresário Paulo Safady Simão, presidente do partido em Minas Gerais. A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) corre por fora.
Recompensa A alternativa para acomodar Kassab sem desalojar nenhum aliado foi a criação do Ministério da Micro e Pequena Empresa. O projeto de lei já foi aprovada na Câmara, mas ainda repousa no Senado. A secretaria terá 68 cargos e um orçamento de R$ 7,9 milhões. Se o PSD será contemplado com o primeiro ministério, o PMDB deve ganhar mais uma cadeira, e a pasta mais provável é a de Ciência e Tecnologia, ocupada hoje por Marco Antônio Raupp, nome mais técnico do que político. A pasta viria como retribuição ao apoio dado pelo ex-candidato à Prefeitura de São Paulo Gabriel Chalita ao prefeito eleito Fernando Haddad (PT).
Os peemedebistas exigiram o cargo em troca do apoio de Chalita no segundo turno — que conseguiu ficar em quarto lugar na primeira etapa da votação. Durante a negociação, Dilma chegou a ir a São Paulo para tratar do assunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e auxiliares petistas, como o ministro da Secretaria Geral, Gilberto Carvalho e o da Educação, Aloizio Mercadante.