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Estado de Minas

Lacerda terá que resolver problemas não foram solucionados no primeiro mandato


postado em 30/12/2012 06:00 / atualizado em 30/12/2012 07:53

(foto: Alexandre Guzanshe/EM)
(foto: Alexandre Guzanshe/EM)

Assim como no campo político, em que terá de definir entre nomes de peso do cenário nacional quem receberá seu apoio em 2014, o prefeito Marcio Lacerda vai precisar de ginga para encarar os próximos quatro anos na gestão da capital. Para a etapa final de sua administração, que vai até 2016, estão garantidos lances decisivos para os belo-horizontinos e que podem significar importantes reforços, caso sejam cumpridas as promessas, ou perigosos desfalques, caso se repitam os adiamentos e atrasos. Na lista de metas a serem cumpridas até o fim do jogo estão grandes obras, como a revitalização do Anel Rodoviário, o projeto para o Rodoanel, a ampliação do metrô e a construção de centros de saúde, área apontada como mais deficiente da cidade.


Logo no primeiro ano de seu segundo tempo, está prevista a entrega de duas grandes apostas para a cidade: o funcionamento do BRT (transporte rápido por ônibus) em dois dos corredores mais movimentados de BH, na Avenida Cristiano Machado e entre as avenidas Antônio Carlos e Pedro I, e a conclusão das obras no hospital do Barreiro, previsto inicialmente para entrar em funcionamento no primeiro semestre de 2012. Também são esperadas definições para outras ações de mobilidade, como o trajeto onde as novas linhas do metrô serão instaladas e onde ficarão as suas estações, assim como as empresas responsáveis pela obra. A revitalização do Anel Rodoviário, outra promessa antiga que ainda não saiu do papel, também vai exigir muito trabalho da prefeitura para garantir que os recursos prometidos pelos governos federal e estadual não fiquem só no discurso.

Apontada por quase metade dos eleitores como maior problema da capital, a saúde dominou grande parte dos debates eleitorais em 2012 e foi a área que mais recebeu promessas para os próximos quatro anos. Em pesquisa Ibope divulgada em agosto, 49% dos entrevistados consideraram a área da saúde a mais problemática, à frente de segurança pública e trânsito. Entre as reclamações que aparecem na ponta da língua dos usuários do sistema público está a demora na espera para consultas, falta de estrutura física e de funcionários. “O desafio é garantir mais qualidade para a atenção básica. Essa melhoria desejada vai desde a situação física, que trata das instalações adequadas até um cuidado mais bem planejado, buscando entender a população que será atendida e as demandas de cada lugar”, aponta Antônio Thomaz Gonzaga da Mata Machado, do Departamento de Medicina Preventiva e Social da UFMG.

A maior aposta para atender uma região com mais de 280 mil habitantes e todo seu entorno é a entrega do Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro, o Hospital do Barreiro, prevista para o fim de 2013, e alcançar o pleno funcionamento em 2014. A obra, iniciada em 2010 e programada para ser entregue em 2012, ficou parada de abril a novembro de 2011 porque a empresa vencedora da licitação abandonou o processo. Em novembro, uma nova licitação foi feita e um novo cronograma definido. “Esse hospital é fundamental para distribuir melhor o atendimento ao público. Algumas regionais ficam constantemente com unidades lotadas, o que dificulta a prestação do serviço. Vale lembrar que parte da rede já está velha, tanto por depredação natural quanto por problemas em algumas parcerias público-privadas ou com o governo federal que não avançaram”, afirma Gonzaga.

NOVELA REPETIDA Enchentes e desabamentos também são problemas conhecidos e que se repetem quase religiosamente entre dezembro e janeiro em Belo Horizonte. Para a arquiteta e urbanista Cláudia Pires, nos próximos quatro anos o maior desafio é ampliar os investimentos em prevenção. Até o fim deste ano, das 40 intervenções planejadas para impedir alagamentos de vias, apenas 14 foram concluídas e algumas ações previstas para locais de fluxo intenso, como no Ribeirão Arrudas, e nas avenidas Cristiano Machado, Bernardo Vasconcelos e Francisco Sá, continuam na prancheta. Muitos dos projetos de drenagem urbana já foram levados aos ministérios da Integração Nacional e das Cidades, mas a liberação de recursos engatinhou.

“É preciso buscar mais investimentos para apostar mais na prevenção do que na resposta aos desastres. A capital tem hoje problemas estruturais na área central relativos à drenagem urbana onde a taxa de urbanização é grande”, explica a arquiteta. Segundo ela, o resgate do programa Drenurbs trouxe boas propostas para o tratamento de problemas ambientais nas bacias hidrográficas que cortam a cidade e para o monitoramento dos cursos d’água, no entanto os gastos ainda ficam distantes da necessidade atual. “Esse projeto é referência, mas existem áreas que até hoje não foram contempladas. Principalmente na Regional Oeste, no entorno da Avenida Tereza Cristina, temos graves problemas e obras que não foram feitas de forma correta”, ressalta Cláudia.

 


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