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Estado de Minas

Crescimento econômico em 2013 é fundamental para futuro político de Dilma

Retomada da economia é crucial para o futuro político de Dilma. Os próximos dois anos serão de julgamento do governo pelos eleitores. Comparações com a gestão de Lula serão inevitáveis


postado em 31/12/2012 06:00 / atualizado em 31/12/2012 09:04

Brasília – Em seus primeiros dois anos de governo, a presidente Dilma Rousseff manteve altos índices de popularidade, contrastantes com o baixo crescimento da economia, especialmente em 2012. No correr do ano, as previsões iniciais do Ministério da Fazenda, de 4,5% de crescimento do PIB, foram continuamente rebaixadas pelo mercado. Apesar da significativa queda nos juros e das sucessivas medidas de estímulo adotadas pelo governo, o ano terminou com o “pibinho” de apenas 1%. Por causa dele, o Brasil perderá, para o Reino Unido, o posto de sexta maior economia mundial que lhe havia tomado em 2011. Mas 2013 começa promissor, justificando a expectativa da presidente, de que o país venha a ter um “pibão grandão”.


No final de 2012, houve sinais fortes de recuperação da atividade econômica, projetando um crescimento de 1,25% no último trimestre. Os índices trimestrais anteriores foram, respectivamente, de 0,2%, 0,5% e 0,6%. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, cravou uma taxa de 4% para 2013. Dilma, em sua última entrevista do ano, assegurou que “o Brasil vai crescer”, mas, cautelosa, evitou falar em índices. No mercado, alguns analistas são menos otimistas que o ministro quanto ao índice mas, da Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao economista-chefe do banco Goldman Sachs, Jim O’Neill, todos acreditam na recuperação brasileira.

A retomada do crescimento em 2013 é crucial para o futuro político de Dilma. Os resultados do terceiro ano de mandato ajudam a determinar as condições para a disputa da reeleição, no ano seguinte. No primeiro biênio, apesar do crescimento baixo, as medidas adotadas ajudaram a preservar o nível de emprego, o consumo das famílias e as políticas sociais, fatores que somados ao carisma pessoal e ao estilo da presidente ajudaram a manter elevada sua popularidade. Mas nos dois anos finais, dizem aliados e adversários, começa o julgamento do governo, e as comparações serão inevitáveis.

As taxas de crescimento obtidas pelo governo Dilma, de 2,7% em 2011 e de 1% em 2012, contrastam negativamente com as de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. De 2004 a 2010, o PIB brasileiro cresceu a uma média de 4,5%, alcançando, em 2010, a marca de 7,5%, que atraiu as atenções do mercado e dos investidores.

Se Lula obteve seus bons resultados apesar das seguidas crises políticas, o governo Dilma enfrentou até agora um cenário externo bem mais adverso. A crise afetou gravemente a economia europeia e provocou a desaceleração da China, o maior comprador do Brasil, fora a lenta recuperação da economia americana. Em 2011, o governo reduziu impostos para vários setores, especialmente para a indústria automobilística e a de eletrodomésticos, buscando manter o consumo alto e o emprego estável. Teve início uma queda de braço com os bancos que resultou, em 2012, na redução dos juros para a taxa, mais civilizada, dos 7,5% anuais.
 
Consumo O Banco Central atuou para garantir um câmbio mais compensador para os exportadores, levando o dólar a furar a barreira dos R$ 2. Em 2012 o governo manteve o incentivo ao consumo mas tomou também medidas de estímulo ao investimento, lançando editais para conceder ao setor privado a exploração de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. Reduziu os custos trabalhistas para dezenas de setores empresariais e, finalmente, lançou o programa de redução da tarifa de energia, que ainda depende da chancela do Congresso.

 Para o presidente da CNI, Robson Andrade, haverá recuperação em 2013 mas “o modelo de crescimento brasileiro com base no consumo é insustentável”. Para um crescimento continuado, diz ele, será preciso aumentar o ritmo dos investimentos, equiparando-os ao consumo das famílias.


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