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Estado de Minas

Conheça o perfil da nova Câmara de BH

Novos vereadores tomam posse amanhã e se unem em bancadas na defesa de interesses comuns. Entre os 19 reeleitos e os 22 novatos, a área de maior atuação é a de ação social


postado em 31/12/2012 06:00 / atualizado em 31/12/2012 08:09

Os vereadores que tomam posse amanhã vão compor uma Câmara Municipal conservadora. Religiosos, policiais e cidadãos voluntários em projetos sociais formam a grande maioria. Um levantamento da área de atuação dos 19 parlamentares reeleitos e 22 novatos, sem considerar o partido, mostra qual a ideologia dos representantes do povo e de onde veio grande parte do eleitorado de cada um. A maior bancada é formada por vereadores ligados a organizações não governamentais (ONGs), creches e trabalhos sociais. São 10 ao todo, número superior ao das duas maiores representações partidárias – PT e PSB –, com seis vereadores cada uma.


Os assistencialistas, como podem ser chamados, têm representantes de diversas legendas, que vão da situação à oposição ao prefeito Marcio Lacerda (PSB). São do PT, PSB, PSL, DEM, PRB, PTN e PV. O assistencialismo é uma prática política que defende o atendimento aos carentes. Porém, o limite entre a ajuda e as promessas demagógicas é tênue.

Um dos que integram esse grupo e foi reeleito é Gunda (PSL), ligado à ONG Balanço Social, com forte atuação no Bairro Lindeia, na Região do Barreiro. Dois dos novatos, que também têm parte de seu cacife político baseado em ações sociais, são Dr. Nilton (PSB), médico e palestrante voluntário do Projeto de Ações Comunitárias (PAC), com sede no Bairro Guarani, Região Norte da capital, que distribui de cestas básicas para famílias carentes, e Elvis Côrtes (PSDC), que tem sua base eleitoral no Barreiro e, como consultor especialista em terceiro setor, auxilia ONGs, associações, igrejas e centros de recuperação de toxicômanos.

Outro estreante é Bim da Ambulância (PSB), que credita sua eleição aos serviços gratuitos de ambulância para a população carente, iniciados há cerca de quatro anos. Juninho Los Hermanos (PRB), que também será vereador pela primeira vez, diz que construiu sua base eleitoral “trabalhando com assistencialismo em creches e ajudando famílias carentes na Região Noroeste”, com destaque para o Conjunto Califórnia e Bairro Pindorama.

Quatro reeleitos completam a bancada voltada para a ação social: Sérgio Fernando (PV) pelo trabalho com a população de rua, fazendo parte da Fraternidade de Aliança Toca de Assis, da qual é co-fundador; Preto (DEM), pela forte atuação na Região Oeste e por ter tido uma ONG, o que o ajudou a consolidar a carreira política; Wellington Magalhães (PTN), que trabalha na Região Noroeste e foi cassado na última legislatura por distribuição de sopa para a população carente; e Silvinho Rezende (PT), empresário do ramo de panificação, eleito novamente por ser fundador da Creche Benedita Hilídia da Silva Rezende, que atende 120 crianças, no Bairro Mantiqueira, em Venda Nova.

Outro que se destacou com trabalhos em Venda Nova foi o também petista Juninho, um dos fundadores da ONG Mudança Já, que faz diversas ações sociais na região. Eleito pela primeira vez, ele participa, porém,  de outra bancada: a dos herdeiros. Juninho foi chefe de gabinete do deputado federal Miguel Corrêa Júnior (PT), também fundador da ONG.

A bancada dos herdeiros conta com outros cinco integrantes. Pedro Patrus (PT), filho do ex-prefeito e ex-ministro Patrus Ananias; Iran Barbosa (PMDB), filho do ex-deputado estadual Irani Barbosa e da ex-prefeita de Ribeirão das Neves, Gracinha Barbosa; Marcelo Álvaro Antônio (PRP), filho do ex-deputado estadual Álvaro Antônio; Bruno Miranda (PDT), filho do ex-vereador Osman Miranda. O último da bancada, o novato Professor Wendel (PSB) não é filho, mas teve a eleição influenciada pelo forte apoio que recebeu do presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Dinis Pinheiro (PSDB).

IGREJA A segunda maior bancada é a dos religiosos, que inclui católicos e pastores. O mais votado entre todos os 41 vereadores é o Bispo Fernando Luiz (PSB), da Igreja Universal. Outros pastores: Jorge Santos (PRB), Henrique Braga (PSDB) e Autair Gomes (PSC) completam os evangélicos, representando correntes diferentes.

A bancada católica tem quatro representantes, sendo dois novatos: Marcelo Aro (PHS), da paróquia Nossa Senhora Rainha e membro do Secretariado Arquidiocesano da Juventude (SAJ);  Orlei (PTB), coordenador de Jovens e ministro da Eucaristia na Igreja Padre Eustáquio; o vereador Ronaldo Gontijo (PPS), líder do prefeito na Câmara, que participa do Encontro de Casais com Cristo (ECC) e faz palestra contra drogas, DSTs e Aids; e o vereador Adriano Ventura (PT), membro da Renovação Carismática Católica (RCC) e da Comunidade Gospa Mira.

Uma bancada que cresceu é a policial. Na legislatura anterior contava apenas com a vereadora Elaine Matozinhos, que esteve à frente da Delegacia de Mulheres por muitos anos. Ela permanece na Casa e ganhou a companhia do delegado Edson Moreira (PTN), que se tornou famoso durante o caso do ex-goleiro Bruno, e dos militares Coronel Piccinini (PSB) e o praça Vilmo Gomes (PTdoB).

Embora menor, uma bancada em especial ganham importância pela área que representa. É o caso da saúde, que terá na Câmara três médicos em sua defesa: Dr. Nilton (PSB), Alexandre Gomes (PSB) e Dr. Sandro (PCdoB), além de  Ronaldo Gontijo (PPS), que é fisioterapeuta.

Três parlamentares podem ser identificados por sua ligação com o esporte: Daniel Nepomucemo (PSB),  vice-presidente do Atlético; Juliano Lopes (PSDC), ex-árbitro de futebol; e Pelé (PTdoB), ex-jogador de vôlei.  Outros três compõem o que pode ser chamada de bancada da noite:  Léo Burguês (PSDB), que já teve vários empreendimentos na noite de BH; o também tucano Pablito, dono de bar na Zona Sul; e Valdivino (PPS), dono de uma casa voltada para o público masculino.

Alguns vereadores defendem interesses de algum setor, mas não formam uma bancada. São eles: Tarcísio Caixeta (PT), ligado ao setor da construção civil; Joel Moreira Filho (PTC), aos advogados; Leonardo Mattos (PV), portadores de necessidades especiais; Arnaldo Godoy (PT), à cultura; Gilson Reis (PCdoB), aos sindicalistas; e Vere da Farmácia, balconista de uma farmácia no Barreiro.

SUCESSÃO O PSDB só deve definir oficialmente hoje o nome que concorrerá à presidência da Câmara. Depois de semanas de discussão sem chegar a um consenso, o nome do vereador Henrique Braga ganhou força e pode ser o escolhido para comandar o Legislativo.

 


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