Rio – O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), iniciou seu segundo mandato ontem anunciando um pacote de 40 decretos associados ao seu novo governo. Entre as mudanças estão a criação de cargos estratégicos (com remuneração por desempenho), investimento em um programa educacional voltado para a construção de novas escolas e a implementação do ponto biométrico nas unidades da rede de saúde municipal. “Temos consciência do momento que o Rio está vivendo e por isso não podemos repetir o primeiro mandato, é preciso ir além”, disse Paes na entrevista coletiva após tomar posse na Câmara Municipal do Rio.
Em relação aos 40 decretos, já publicados em edição de ontem do Diário Oficial do Município, ele explicou que a criação da fábrica de escolas terá como objetivo garantir que 35% dos alunos da rede municipal estudem em período integral até 2016. Já o controle da presença dos profissionais de saúde vem depois da morte cerebral de Adrielly dos Santos, de 10 anos, atingida na cabeça por uma bala perdida na noite de Natal. Encaminhada para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, ela só foi operada depois de oito horas. O neurocirurgião Adão Crespo, que deveria atendê-la, faltou ao plantão.
SEM GORDURA
Paes iniciou seu segundo mandato com a meta de aumentar em R$ 1 bilhão a arrecadação anual do município. Para alcançar a redução nas contas, ele recorreu a descontos de até 70% e parcelamento em 36 vezes aos contribuintes dispostos a renegociar suas dívidas com IPTU e ISS. Paes também anunciou cortes de 10% em gastos em todas as secretarias de sua gestão. “Todo governo vai acumulando gorduras. E o meu deve ter acumulado também. O corte é para que os secretários reflitam sobre o que é de fato necessário e essencial”, explicou o prefeito. Com a economia proporcionada pelas secretarias, o governo espera aumentar a receita em R$ 65 milhões.
Antes de Paes assumir ofocialmente o cargo, houve a posse dos 51 vereadores eleitos. Faz parte do grupo o ex-prefeito Cesar Maia (DEM), antigo padrinho político e atual desafeto de Paes. O adversário foi embora antes da chegada do atual prefeito. Segundo a assessoria de Maia, ele teve que sair mais cedo para levar ao aeroporto sua neta, que estuda nos Estados Unidos. Paes disse que “não reparou” a ausência de Maia no plenário.