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Dois mineiros disputam presidência da CâmaraCâmara gasta R$ 280 milhões em reforma de apartamentos funcionais Conta da Câmara fica R$ 316 mi mais cara com despesa que inclui até livro do Harry PotterO peemedebista aposta em viagens por capitais estratégicas: Natal, Porto Alegre, Curitiba, Campo Grande, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife, Fortaleza e João Pessoa. Em cada uma dessas cidades, Alves vai se reunir com governadores e deputados federais. A estratégia é a mesma usada na última eleição pelo atual presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS). Foi o petista quem ajudou Henrique Eduardo Alves a traçar a geografia das visitas. O parlamentar disse que vai pagar o combustível do avião do próprio bolso, sem mexer na cota parlamentar.
Renovação
Não é de hoje que os custos com viagens encarecem as campanhas à Presidência da Câmara. Um dos envolvidos na campanha de João Paulo Cunha (PT-SP) em 2003 calcula em cerca de R$ 1,5 milhão o custo do aluguel do jatinho usado durante a candidatura petista. A conta, disse, foi paga pelo partido. “O presidente Lula havia acabado de ser eleito e existia uma resistência em dar o comando da Casa ao PT. Também tinha havido uma renovação de quase 40% dos parlamentares e João Paulo Cunha não era conhecido. Ele foi a todos os estados e promoveu cafés da manhã, almoços e jantares com as bancadas”, contou. Em 2005, a situação mudou e o foco dos gastos também. Naquele ano, excepcionalmente, o Congresso funcionou entre 19 de janeiro e 13 de fevereiro e a campanha ficou concentrada em Brasília. Foi o ano da farra de banners, cartazes e brindes, como as famosas (e caras) canetas Sheaffer. As críticas aos excessos vieram de todos os lados.
Além das viagens, os candidatos à Presidência da Câmara na eleição deste ano focaram a campanha em informativos, telefonemas, almoços e jantares. Alguns ainda recorreram a brindes. Henrique Eduardo Alves distribuiu aos demais 512 deputados federais exemplares do livro O que eu não quero esquecer, de sua autoria. O presente foi entregue em dezembro e custou R$ 6,4 mil. A assessoria dele nega que a benesse faça parte das estratégias de campanha. O candidato gastou R$ 25 mil com a impressão de 2 mil exemplares do livro, que reúne os principais pronunciamentos feitos por ele nas últimas 11 legislaturas. Cogita-se a possibilidade de ele escrever outro, daqui a dois anos, incluindo entre as memórias o período como presidente da Casa.
Tranquilo com o apoio que recebeu da maioria dos partidos, Alves aproveitou o início deste ano para curtir sombra e água fresca em Natal. Atendeu a imprensa quinta-feira passada, mas negou entrevistas na sexta-feira. Em plena reta final de campanha, evitou, inclusive, atender o telefone. Por mensagem de celular, disse a uma repórter do Estado de Minas que só queria “praia, praia e família”. (Colaborou Adriana Caitano)