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A redução de 13% para 9% do comprometimento da receita corrente líquida para o pagamento da dívida com a União é de crucial importância, pois dele dependerá a capacidade do estado de, no curto prazo, ampliar os seus investimentos. Atualmente, com recursos próprios, o estado teve para investir em 2012 pouco menos de R$ 3 bilhões ao ano. Ao mesmo tempo, só para a União, com o serviço e juros da dívida, desembolsou R$ 3,5 bilhões, considerando o comprometimento dos 13% da receita corrente líquida.
“Nossas projeções indicam que, se for mantida a proposta do governo de aplicar o IPCA mais 4%, com o comprometimento de 9% da receita corrente líquida, chegaríamos a 2028 devendo R$ 36,6 bilhões à União, o equivalente a 59% da receita corrente líquida do estado”, afirma Colombini. Isso significa que, nos próximos 10 anos, Minas teria que fazer desembolsos que com juros e correção somariam R$ 45 bilhões, um comprometimento de cerca de 5% da receita corrente líquida anual. “Mesmo comprometendo só 9%, a dívida de Minas representará, em 2028, 59% das receitas da época. Hoje a dívida corresponde ao dobro das receitas correntes”, considera Colombini.
O cenário seria mais promissor se o governo federal, na negociação que tomará lugar no Congresso Nacional, baixasse de 4% para 2% os juros, e estabelecesse o comprometimento de 9%. Segundo as projeções da Secretaria de Estado da Fazenda, Minas chegaria a 2028 devendo à União R$ 26 bilhões, que representarão metade de sua receita corrente líquida. “Para quitar a dívida até 2038 com a União, o estado pagaria outros R$ 28 bilhões, que representariam, ao ano, menos de 5% das receitas correntes líquidas”, afirma Colombini. Com esta proposta de emenda sobre a mesa, Colombini garante: quando o Congresso Nacional retomar os trabalhos de seu recesso, encontrará a emenda proposta por Minas em pauta.