A lua de mel do bicheiro Carlinhos Cachoeira, condenado por formação de quadrilha e tráfico de influência na Operação Saint Michel e réu em outros três processos, ganhou as redes sociais ontem. Internautas interpretaram como um “escárnio” os momentos de diversão do contraventor, flagrado em fotos, ao lado da mulher, Andressa Mendonça. Na Península de Maraú, no Sul da Bahia, Cachoeira chegou a ser tratado como celebridade por turistas, que pediram para fotografar o protagonista da CPI frustrada no Congresso. Ele está proibido de deixar o país, mas pode se deslocar em território nacional, desde que comunique à Justiça.
Hospedado em um dos resorts mais luxuosos do país, o Kiaroa, ele visitou amigos, no sábado, em outra pousada da região. Por lá, tomou alguns drinques com os conhecidos e atendeu a pedidos de fotos com Andressa. No resort, o casal está acomodado em um dos bangalôs, com direito a piscina privativa. As diárias custam entre R$ 1.250 e R$ 3.150. A administração do estabelecimento não informou a quantidade de diárias reservadas por Cachoeira.
Os dois se casaram em 28 de dezembro, depois de Cachoeira ter passado uma temporada de nove meses no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Libertado em 20 de novembro, com um habeas corpus da 5ª Vara Criminal da capital federal, o contraventor fez questão de cumprir a promessa, registrada em áudios da Polícia Federal, de se casar com Andressa ainda em 2012. Os dois fizeram uma cerimônia discreta, em Goiânia, que reuniu apenas amigos mais próximos e parentes. Ele beijou os pés da noiva em “agradecimento” pela companhia no “ano difícil”.
Investigado pelas operações Saint Michel e Monte Carlo, Cachoeira se tornou um dos alvos da CPI que levou seu nome no Congresso. Além de analisar o esquema de jogo ilegal, a comissão tinha o objetivo de desvendar as ligações de políticos, autoridades e empresários flagrados em conversas com Cachoeira, como o ex-senador Demóstenes Torres, diretores da Delta e o governador de Goiás, Marconi Perillo. O grupo, no entanto, concluiu os trabalhos com um relatório de uma lauda e meia, que não pedia o indiciamento de ninguém.
Em um dos processos em que é réu, um desdobramento da Operação Saint Michel, que trata de máquinas estrangeiras, Cachoeira foi proibido pela Justiça de deixar o país e exigiu que saídas de Goiânia fossem comunicadas, o que, segundo o advogado Antônio Nabor Bulhões, que o defende, “tem sido feito rigorosamente”.