O quadro caótico observado nas prefeituras de Minas Gerais é ainda mais crítico nos pequenos municípios, como se verifica no Norte do estado, onde, além da falta d’água, a “herança maldita” inclui uma série infortúnios, como o lixo nas ruas, falta de médico, carros transformados em sucata e dívidas, muitas dívidas.
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Em São João da Ponte (26,3 mil habitantes), o quadro também é “um verdadeiro caos”, de acordo com o chefe de Gabinete da prefeitura, João Luiz Paula da Costa. Segundo ele, os carros da prefeitura estão sucateados e a coleta de lixo ficou vários dias sem funcionar. Além disso, o pagamento dos salários de dezembro e do 13º está atrasado. Um outro problema é enfrentado na cidade: o prefeito Geraldo de Paula (PMDB), o Ge Paula, tomou posse dentro do Hospital Santa Casa de Montes Claros, onde está internado para o tratamento de leucemia. A administração está sendo tocada provisoriamente por uma comissão de secretários municipais. O ex-prefeito do município, Fábio Cordeiro (PTB), não foi em encontrado.
A situação se repete em Capitão Enéas (13,1 mil habitantes). “Encontramos o lixo acumulado nas ruas e a prefeitura não tem carros nem máquinas para fazer a coleta”, alega o prefeito César Emílio (PT). Ele disse que encontrou os cinco postos de saúde sem médico e o salário de dezembro de grande parte dos funcionários está atrasado. “Não foi deixado dinheiro em caixa”, informa Emílio, que também decretou estado de emergência administrativa. O ex-prefeito de Capitão Enéas Reinaldo Teixeira (PTB) também não foi localizado.
A “herança maldita” também é verificada em Montes Claros (364 mil habitantes), principal cidade do Norte de Minas, embora o novo prefeito, Ruy Muniz, tenha recebido o apoio – ainda que discreto – do seu antecessor, Luiz Tadeu Leite (PMDB). Nos últimos dias, em várias partes da cidade, se repete a cena do lixo empilhado nas ruas. Ontem, o presidente da Empresa Municipal de Serviços, Obras e Urbanização (Esurb) anunciou a realização de um “mutirão da limpeza”. A prefeitura também vive um quadro financeiro pré-falimentar. O prefeito Ruy Muniz declarou que a dívida que encontrou seria de R$ 50 milhões a R$ 60 milhões, considerando os débitos com fornecedores e os de curto prazo. E o seu município está em dificuldades? Mande um relato para o Estado de Minas no e-mail politica.em@diariosassociados.com.br