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Vereadores traçam estratégia para boicotar LacerdaPrefeito de BH sanciona projeto reajustando o próprio salário e dos vereadoresVereadores de BH custam R$ 47,2 milhões em quatro anosVereadores de Juiz de Fora aprovam fim do pagamento do 14º e 15º saláriosMP pede cargo de vereador condenado por favorecer MSTVereadores de BH afrontam a ConstituiçãoPagamento de 14º e 15º aos vereadores na mira do MPSe autopromovendo como autor do projeto, Léo Burguês chegou a postar em seu blog um vídeo defendendo o fim do 14º e 15º salários. “Mais uma vez Belo Horizonte está na vanguarda da política brasileira ao trabalhar pelo fim desse benefício, assim como aconteceu com a aprovação da Lei Ficha Limpa Municipal, a mais rigorosa do país”, disse o presidente. Eleitores começaram ainda a receber mensagens de texto no celular: “Léo Burguês quer acabar com 14º e 15º salários dos vereadores, prefeito e secretários de BH”.
A matéria da Mesa previa o fim da regalia. Passadas as eleições, no entanto, o projeto foi abafado. E, dois meses depois, em dezembro, os vereadores aprovaram um projeto reajustando os seus salários em 34%, passando para R$ 12.459,92. No mesmo texto, diferentemente do que estavam pregando antes das urnas, eles garantiram ainda dois salários extras no início e fim do mandato, o chamado auxílio paletó. Isso significa que o bolso dos 18 vereadores reeleitos – o vereador Pablito abriu mão também nesta legislatura do benefício – vai ficar ainda mais cheio este mês. Além do 15º pago pela Câmara em dezembro, eles, assim como os 22 novatos, vão receber o salário extra. A quantia representa R$ 498.396,80 a mais, debitados na conta do contribuinte.
Defesa
A assessoria de imprensa da Câmara Municipal informou que a mudança no subsídio do vereador só pode ser feita de uma legislatura para outra e que o mandato do vereador não coincide com o do deputado. O presidente Léo Burguês ainda defendeu que a Casa acabou com o benefício ao aprovar uma proposta prevendo os salários extras no início e fim de cada legislatura, semelhante ao que foi aprovado na Assembleia.
A Mesa Diretora da Assembleia, com o referendo do plenário, acabou com a regalia e, em dezembro, os parlamentares já não receberam o 15º salário. A Prefeitura de Belo Horizonte informou que, desde as mudanças nas regras do abono no Legislativo estadual, o prefeito, secretários, os responsáveis pelas regionais e pelas empresas e autarquias – que também tinham direito ao benefício garantido pela mesma lei que prevê o pagamento dos salários extras aos vereadores – não receberam o 15º, que costuma ser pago em setembro ou novembro. O resultado é uma economia de pelo menos R$ 640 mil aos cofres públicos.