O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), classificou de "absurda" qualquer iniciativa de abrir investigação para apurar suposto envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mensalão. Reportagem publicada nesta quarta-feira no Estadão informa que o Ministério Público vai investigar Lula com base na acusação feita pelo operador do mensalão, Marcos Valério Fernandes de Souza, segundo a qual o esquema também pagou despesas pessoais do então presidente.
Em depoimento prestado ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, em 24 de setembro do ano passado, Marcos Valério disse ter passado dinheiro para Lula arcar com "gastos pessoais" no início de 2003, quando o petista já havia assumido a Presidência. O repasse, segundo Marcos Valério, foi por meio da empresa de segurança Caso, de propriedade do ex-assessor da Presidência Freud Godoy.
Marco Maia reafirmou que Marcos Valério tenta, com as declarações, melhorar sua condição de condenado. O empresário foi condenado a mais de 40 anos no processo do mensalão, julgado pelo Supremo no ano passado. "Marcos Valério não é fonte confiável. É uma pessoa que foi condenada e busca, agora, criar um fato político que possa atenuar a sua condição. Não me parece razoável que, a partir desse tipo de declaração, tenha de se reabrir um caso que já está completamente investigado e tratado pelo Estado brasileiro nas suas mais diversas instâncias", completou Maia