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Risco de racionamento de energia faz Dilma acompanhar reunião sobre hidrelétricasDilma destaca, no rádio, redução do preço da energiaDilma diz que é "ridículo" dizer que o país corre risco de racionamento de energiaDilma ataca oposição e diz que não faltará energiaO ministro também assegurou que as indústrias continuarão sendo abastecidas normalmente e que a situação dos reservatórios tende a melhorar por conta das recentes chuvas registradas em todas as regiões. A escassez de chuvas reduziu os níveis dos reservatórios que alimentam as usinas hidrelétricas, o que fez o governo recorrer às termelétricas.
Repercussão
Para o deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP), integrante da Comissão de Minas e Energia e presidente da Frente Parlamentar da Infraestrutura Nacional, a situação é delicada por conta do risco na oferta de energia. Ele atribui o atual cenário à falta de planejamento do governo e à dificuldade na obtenção de licenciamento ambiental para uma série de empreendimentos na área.
Jardim aponta medidas para ajudar o setor e que serão incentivadas pela frente parlamentar já no início dos trabalhos legislativos, a partir de fevereiro. Entre essas ações, estão a realização de leilões específicos conforme a fonte energética, a fim de incentivar a energia gerada a partir da biomassa, e a adoção de procedimentos administrativos que deem maior agilidade nos licenciamentos ambientais e no sistema de geração de hidroeletricidade. “E, finalmente, precisamos recuperar as Pequenas Centrais Hidroelétricas (PCHs), que estão hoje inviáveis economicamente", completou.
Já o deputado Fernando Ferro (PT-PE), que também integra a Comissão de Minas e Energia, descarta o risco de racionamento imediato por conta dos investimentos maciços do Executivo na área de geração de energia, como é o caso dos empreendimentos no rio Madeira e a hidrelétrica de Belo Monte.
Arquivo/ Beto Oliveira
Fernando Ferro
Fernando Ferro: motivação política quer criar clima de que o País estaria à beira de colapso energético.
Ferro reconhece que o Brasil passa por uma das piores estiagens dos últimos 50 anos, mas ressalta que o País possui alternativas para o abastecimento de energia, como as termoelétricas, o que afasta a possibilidade de falta de energia. “Compreendo que há uma preocupação justa por conta da situação climática, porém há também uma motivação política de querer criar um clima de que nós estaríamos à beira de um colapso energético. Isso é do uso da disputa política, mas me parece que é mais exagero", declarou.
Especialista
Na avaliação do professor de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília (UnB) Rafael Shayani, há muito barulho sem um problema real à vista, uma vez que o sistema elétrico brasileiro é monitorado diariamente. Segundo ele, o crescimento econômico aumentou o consumo de energia, houve um alerta preventivo, mas há tempo hábil para a adoção de medidas que garantam o abastecimento.
Por outro lado, Shayani diz que é necessária uma reflexão quanto à energia térmica, que é mais cara e poluente porque utiliza gás e óleo combustível. Na opinião do docente, poderia ter havido mais investimentos em fontes renováveis de energia, como a geração distribuída, prática regulamentada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em abril 2012 conforme a qual cada consumidor pode ter em sua casa pequenos equipamentos de energia solar e eólica.
"É chamada microgeração eólica, na qual a energia que você gera, você consome na sua casa; se a casa estiver vazia e ventar ou fizer sol, você pode emprestar à rede elétrica a energia não consumida. As pessoas interessadas já podem procurar uma empresa especializada para fazer a instalação e a concessionária de distribuição fica responsável por ligar o sistema", explicou.
De acordo com o professor, se a instalação fosse feita nos 60 milhões de telhados brasileiros, seria gerada uma energia “considerável”, capaz de diminuir a dependência de outras fontes.
Com Agência Câmara