O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu rebateu na tarde desta quinta-feira, no Blog Zé Dirceu, entrevista do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, publicada hoje pela Folha de S.Paulo. Gurgel disse que foi "muito mais amplo" o esquema de compra de votos de parlamentares, que ficou conhecido como mensalão, ocorrido durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conforme sentenciou o Supremo Tribunal Federal (STF) condenando 25 dos 37 réus envolvidos na denúncia da Procuradoria-Geral da República.
Gurgel disse durante a entrevista que que o esquema do mensalão é “"muito maior, muito mais amplo, do que aquilo que acabou sendo objeto da denúncia”. De acordo com o procurador, o que acabou sendo objeto de julgamento do STF foi apenas o que foi possível provar. Para Gurgel, o depoimento prestado pelo empresário Marcos Valério, em setembro do ano passado, pretendia “melar o julgamento” – que aconteceu entre agosto e dezembro do ano passado.
Contra Dirceu
Gurgel disse também durante a entrevista que “o grande desafio” enfrentado pela Procuradoria-Geral da República foi provar a responsabilidade do núcleo político do esquema, identificado pelo procurador como integrado também, além de Dirceu, pelo ex-presidente do PT e hoje deputado federal José Genoino e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares.
Gurgel explicou que, nesse caso, a prova de envolvimento de Dirceu, Genoino e Delúbio precisou ser “diferenciada”, uma vez que “as provas diretas são sempre impossíveis”. Com essas declarações de Gurgel, Dirceu disse que Gurgel deixou “claro” que nunca houve provas contra ele para acusa-lo de envolvimento no esquema de compra de votos de parlamentares no Congresso nacional.