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Estado de Minas

Candidatos à Presidência da Câmara e do Senado da base aliada enfretam obstáculos

Alves faz campanha pela Câmara sob o peso de denúncias e enfrenta rival até no PMDB. Antagonistas da candidatura Renan para comandar o Senado forçam debate


postado em 16/01/2013 06:00 / atualizado em 16/01/2013 07:19


Brasília –
A disputa pela Presidência da Câmara dos Deputados e do Senado parecia uma barbada. Lançados pelo PMDB com o apoio do PT e da maioria dos partidos, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e Renan Calheiros (PMDB-AL) começaram a trilhar o caminho rumo à Mesa Diretora como candidatos intocáveis. Mas, à medida em que se aproxima a data das eleições, a briga pelos cargos fica cada dia mais acirrada. Para chegar à Presidência da Câmara, Henrique Eduardo Alves terá que vencer as dissidências do PMDB, explicar as recorrentes denúncias contra ele e esvaziar a candidatura dos rivais. Já Renan Calheiros vê o surgimento de novos concorrentes à Presidência do Senado. Os antagonistas do alagoano querem complicar o caminho de Renan e forçar um debate mais amplo.


No périplo para ganhar a eleição, Alves começou ontem um giro por 11 estados. Ele quer conversar com representantes das bases e também com alguns governadores para sedimentar as alianças e buscar ajuda na blindagem contra denúncias de irregularidades. No Rio Grande do Sul, ele almoçou ontem com um grupo de 15 parlamentares e lideranças políticas. À tarde, visitou o governador petista Tarso Genro no Palácio Piratini, acompanhado do deputado André Vargas (PT-PR), candidato à vice-presidente da chapa. Foram recebidos como chefes da futura Mesa Diretora da Câmara. O presidente da Casa, Marco Maia, participou dos dois eventos ao lado de Alves.

Apesar do clima de otimismo, aliados evitam o discurso do “já ganhou”. O deputado federal Paulo Ferreira (PT-RS), que esteve ontem nas reuniões com Alves, disse que o candidato não se furtou a dar explicações sobre as denúncias de que teria direcionado emendas a obras realizadas pela empresa de um assessor parlamentar. O deputado potiguar disse aos apoiadores que, em mais de quatro décadas de mandato, nunca foi alvo de denúncias e atribuiu as acusações a rivais na campanha eleitoral. “Ele comentou que já apresentou mais de 1 mil emendas que beneficiaram o Rio Grande do Norte e que somente duas ou três foram questionadas. Não acredito que vá atrapalhar em nada”, garantiu Ferreira. O parlamentar defendeu a candidatura de Alves e negou que haja grandes dificuldades em elegê-lo. “Institucionalmente, a candidatura dele é muito robusta”, disse.

Depois de visitar o Rio Grande do Sul, a caravana seguiu para Curitiba. Hoje, o favorito na disputa à Câmara visitará Campo Grande e Belo Horizonte. Amanhã, ele e seus correligionários vão ao Rio de Janeiro e a São Paulo. Tudo para evitar surpresas de última hora e para minimizar os impactos das denúncias contra o atual líder do PMDB na Câmara, que enfrenta outras três candidatos: a também peemedebista Rose de Freitas (ES), Júlio Delgado (PSB-DF) e Ronaldo Fonseca (PR-DF).

No caso da disputa pela Presidência do Senado, a reta final da eleição começa a trazer algumas preocupações para Renan Calheiros, que apesar dos percalços segue como favorito absoluto. Ontem, a movimentação de rivais em potencial se intensificou, o que pode forçar o senador do PMDB de Alagoas a deixar o isolamento absoluto que se impôs desde o ano passado. Os senadores Pedro Taques (PDT-MT), Cristovam Buarque (PDT-DF) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) vão lançar um nome para fazer oposição a Renan, até então candidato único.

Aliado de Calheiros, o senador Gim Argello (PTB-DF) minimiza o impacto de possíveis novas candidaturas e assegura que o caminho de Renan continua livre de obstáculos. “A candidatura do Renan está consolidada. Todos os partidos, dos grandes aos pequenos, garantiram apoio”, disse Gim.

 


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