Corinto, de 22,7 mil habitantes, na Região Central do estado, a 205 quilômetros de Belo Horizonte, vive uma situação instável em relação à chefia do Executivo. Em 19 de dezembro, o prefeito Nilton Ferreira da Silva (PSDB) foi cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), que determinou que fosse dada posse ao segundo colocado na eleição de outubro, Sócrates de Lima Filho (PSC). No entanto, o juiz Rafael Guimarães, que estava de plantão em Corinto, entendeu que a decisão do TRE não era de execução imediata. Assim, mesmo cassado pela Justiça Eleitoral em segunda instância, Nilton Ferreira tomou posse em 1º de janeiro.
Nilton Ferreira foi cassado pelo TER-MG devido a denúncia de abuso de poder político e de autoridade. Ele foi acusado de contratar 31 funcionários e inaugurar uma creche durante o período eleitoral. A representação contra o prefeito de Corinto foi feita pelo Ministério Público Eleitoral.
De acordo com Sócrates, em 19 de dezembro, o juiz Rafael Guimarães, titular da Comarca de Buenópolis e que estava respondendo pelo plantão em Corinto, recebeu a sentença do TRE-MG, mas acabou entendendo que ainda caberia embargo por parte do prefeito cassado. Por isso, não executou a sentença. Sócrates disse que o julgamento do caso teve o placar de 4 a 2 para cassação de Nilton Ferreira. Porém, dos quatro que votaram pela cassação, somente o revisor Carlos Alberto Simões de Tomaz declarou que a sentença deveria ser executada imediatamente, com a cassação do primeiro colocado e a posse do segundo. Os outros juízes não emitiram opinião em relação à questão. Ainda segundo Sócrates, Nilton Ferreira obteve uma liminar que garantiu a sua diplomação, conseguindo, depois, ser empossado. A reportagem tentou falar com Ferreira, mas não obteve retorno.
Nova data
Os eleitores de Cachoeira Dourada, no Triângulo Mineiro, também vão voltar às urnas em 7 de abril. Lá, o prefeito eleito com 60% dos votos válidos, Walter Pereira Silva (PTB), foi impedido pela Justiça Eleitoral de exercer o mandato. A corte do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) marcou ontem a data das novas eleições, que ocorrerão no mesmo dia em que já haviam sido confirmados os pleitos extemporâneos em Biquinhas, na Região Central, e São João do Paraíso, no Norte de Minas. Ao todo, os eleitores de 15 cidades mineiras podem voltar às urnas por causa de denúncias e impedimentos dos políticos que venceram em outubro do ano passado.