As negociações para a definição do secretariado de Belo Horizonte para o segundo mandato do prefeito Marcio Lacerda (PSB) entraram na reta final, e, a partir de semana que vem, os nomes para a composição da nova equipe começarão ser anunciados. Ontem, depois de reunião com o governador Antonio Anastasia (PSDB), o socialista informou que já estão praticamente finalizadas as avaliações internas em cada secretaria e, a partir de um diagnóstico sobre os cargos vagos e aqueles que devem ser substituídos, será batido o martelo sobre os novos nomes. Lacerda afirmou também que para cargos de gerências importantes nas regionais e setores de fiscalização serão nomeados funcionários de carreira com perfil técnico.
Entre as legendas que mais apresentaram demandas para compor os quadros da prefeitura a partir de fevereiro está o PSDB. Os tucanos, que levaram para as ruas as principais lideranças estaduais na eleição, têm se movimentado para continuar no comando da Secretaria da Saúde e da BHTrans, além de tentar emplacar indicações para a Secretaria de Obras e na Empresa de Informática e Informação de Belo Horizonte (Prodabel). Na noite de ontem, o prefeito se encontrou com o presidente estadual do PSDB, deputado Marcus Pestana, mas ainda não foram definidos os cargos a serem ocupados pela legenda.
“A prerrogativa de nomeações é exclusiva do prefeito. Ele reconhece a importância do PSDB na sua trajetória e o apoio estratégico para sua reeleição. Como houve uma nova configuração de forças no cenário municipal com o rompimento da aliança feita em 2008 é natural que os partidos busquem participar desta administração”, avaliou Pestana.
“DERROTA?” O prefeito minimizou o resultado da eleição para a Presidência da Câmara Municipal, que reconduziu ao cargo o vereador Léo Burguês (PSDB) e foi apontada nos bastidores como uma derrota pessoal de Lacerda. O candidato preferido do socialista era o vereador Bruno Miranda (PDT), que acabou retirando sua candidatura em cima da hora para garantir apoio ao também tucano Henrique Braga. No entanto, nem mesmo os votos da bancada socialista foram capazes de evitar a vitória de Burguês, que, assim que foi confirmado para os próximos dois anos à frente do Legislativo prometeu uma atuação da Casa mais independente em relação aos projetos enviados pela PBH.
“Não trabalhei ou pedi votos para ninguém. Apenas ficou acertado que meu partido votaria no PSDB ou em um candidato indicado pelo partido. Houve um racha no PSDB e o candidato no qual nós votamos não ganhou”, analisou Lacerda. Ainda segundo ele, nesta semana haverá uma reunião com Léo Burguês para discutir os principais temas da Câmara em 2013. Sobre o endurecimento no discurso dos vereadores, que prometem uma atuação mais independente do Executivo a partir de fevereiro, Lacerda avaliou que a posição não cria grandes mudanças em relação ao seu primeiro mandato. “Nunca tivemos uma maioria automática na Câmara. Os projetos sempre foram muito discutidos e modificados”, diz.
OBRAS PARA A CAPITAL
No encontro de ontem, Marcio Lacerda apresentou a Antonio Anastasia e ao secretário estadual para Coordenação de Investimentos, Fuad Noman, algumas obras viárias que deverão ser lançadas nas próximas semanas para melhorar o fluxo do trânsito em algumas regiões. Entre as propostas, estão ações para o Vetor Norte. Segundo o prefeito, a intenção é reduzir o número de semáforos e melhorar as opções de acessos para os bairros da região. Também ficou definido que o governo estadual participará da construção do espaço multiuso no Parque Municipal. Segundo Lacerda, a intenção inicial era conseguir o apoio do Ministério da Cultura para transformar o antigo prédio do Colégio Imaco em centro cultural, com um área coberta para receber até 3 mil pessoas, auditório, palco e biblioteca, no entanto, como a parceria não avançou, a PBH procurou outro apoio para o investimento de R$ 15 milhões.