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Estado de Minas

PT passa o chapéu para pagar multas de condenados no processo do mensalão

Diretório recolhe recursos para custear multas de R$ 1,8 mi impostas a Dirceu, Genoino, Delúbio e João Paulo Cunha


postado em 17/01/2013 06:00 / atualizado em 17/01/2013 07:25

À espera do julgamento dos últimos recursos do processo do mensalão, o PT promove na noite dests quainta-feira um jantar de adesão com o objetivo de angariar dinheiro para pagar as multas dos dirigentes petistas condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação Penal 470. A iniciativa partiu da Juventude Petista do Plano Piloto. “Com a clareza de que o alvo deste julgamento sempre foi o PT e de que é necessário mobilizar a militância para defender o nosso partido, a Juventude do Partido dos Trabalhadores organizou um jantar de arrecadação para ajudar a pagar a dívida dos companheiros”, diz o texto do convite, divulgado no site do PT.

A Ação Penal 470 resultou, entre outras injustiças cometidas, em uma multa milionária em desfavor de alguns de nossos principais dirigentes, em especial, José Dirceu e José Genoino”, prossegue o texto. Os interessados em colaborar com a caixinha para pagar a multa dos mensaleiros podiam adquirir até ontem os ingressos para o jantar doando R$ 100, R$ 200, R$ 500 ou R$ 1 mil.

“Será a primeira de uma série de atividades que vamos fazer para arrecadar dinheiro e ajudar nossos companheiros”, disse o tesoureiro da Juventude Petista, José Wilson da Silva, um dos organizadores do evento. O jantar está marcado para uma galeteria do Lago Norte. No material de divulgação, os petistas informam também o número de uma conta bancária na qual simpatizantes podem fazer depósitos em favor dos mensaleiros.

Nos quadros do PT, foram condenados pelo Supremo o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, os deputados José Genoino (SP) e João Paulo Cunha (SP) e o ex-tesoureiro da legenda Delúbio Soares. Hoje, o valor das multas imputadas aos quatro chega a R$ 1,8 milhão, montante que poderá ser reduzido com o julgamento dos recursos.

O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) e o tesoureiro da legenda, João Vaccari, são presenças confirmadas no jantar. Mas a própria Juventude Petista não tem muita esperança de levantar grandes quantias esta noite. “Até por conta das férias, do reduzido movimento em Brasília em janeiro, há pouca expectativa de arrecadar dinheiro só nesse jantar. Por causa disso, haverá outras atividades para angariar fundos, além de debates e palestras para tratar do tema”, disse José Wilson.
No ano passado, o STF condenou 25 dos 37 réus da Ação Penal 470. O Supremo definiu que houve um esquema de desvio de recursos públicos da Câmara dos Deputados e do Banco do Brasil que, misturados a empréstimos fictícios, foi utilizado na compra de apoio político no Congresso durante os primeiros anos do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em 7 de dezembro, o presidente do PT, Rui Falcão, já havia anunciado que os integrantes do partido se organizariam para auxiliar os filiados condenados no processo do mensalão a pagar as multas aplicadas pelo Supremo.

De padrinho a conselheiro

Principal cabo eleitoral do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu ir além do apadrinhamento político e partiu para o aconselhamento direto na gestão da prefeitura. No dia seguinte ao anúncio do congelamento de 12,3% do orçamento da prefeitura, Lula participou de reunião com Haddad (na foto, à esquerda, ao lado do ex-presidente) e 10 dos 27 secretários da prefeitura paulistana. Para contornar a escassez de recursos, Lula recomendou ao pupilo que investisse em “parcerias” com a União e outros municípios paulistas. Haddad informou que pretende negociar parcerias com o governador do estado, o tucano Geraldo Alckmin. Fiel à cartilha de Lula, o prefeito aproveitou para rebater as críticas do blog do jornal britânico Financial Times ao pedido do ministro da Fazenda, Guido Mantega, para que as prefeituras segurem reajustes das tarifas de ônibus, para não pressionar os índices de inflação. “O governo brasileiro faz uma política de gestão, e não de jeitinho”, disse Haddad.


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