Jornal Estado de Minas

Quatro cidades de Minas com prefeitos cassados já marcaram novas eleições

As chapas que vão disputar o novo pleito nos municípios terão mais 29 dias para propaganda eleitoral

Marcelo Ernesto - Enviado especial a Curitiba
Já são quatro o número de municípios em Minas que voltarão às urnas no dia 07 de abril para, enfim, definir quem vai comandar a cidade pelos próximos anos. Nessa quarta-feira, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) determinou que o novo pleito em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, ocorrerá na data, juntamente com os eleitores dos municípios de Biquinhas, Região Central, São João do Paraíso, no Norte de Minas, e Cachoeira Dourada, no Triângulo Mineiro. Pelo menos 16 cidades em Minas tiveram problemas com os prefeitos eleitos e, por isso, podem ter que escolher novamente o líder do Executivo no município. Caso isso ocorra, quase 160 mil eleitores deverão votar novamente.
De acordo com o TRE, o restante das cidades ainda não tiveram a definição da data, por causa de procedimentos judiciais que ainda precisam ser feitos. Conforme o calendário da Justiça Eleitoral, os processos devem ser julgados até por volta do dia 20 de fevereiro para que seja escolhida a mesma data que as quatro cidades que já tiveram os pleitos definidos. Isso porque serão reservados mais 29 dias para que as coligações possam fazer a propaganda eleitoral, além do prazo para registro das chapas.

No caso de Diamantina, o novo pleito foi determinado porque o candidato a vice da chapa vencedora em outubro passado, Gustavo Botelho Júnior (PP), teve o registro de candidatura indeferido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com isso, a chapa, composta também pelo candidato a prefeito, Dr. Paulo Célio (PSDB), ficou impossibilitada de assumir o Executivo Municipal.

Gustavo Botelho teve as contas, referentes ao período em que foi prefeito de Diamantina, rejeitadas pela Câmara Municipal da cidade. Em 2001, ele teria aberto créditos suplementares no valor de quase R$ 3 milhões sem a devida autorização legal, conforme consta no processo. Além disso, Botelho deixou de aplicar percentual constitucional mínimo de 25% em educação. . As contas de Gustavo Júnior foram consideradas ilegais pelo Tribunal de Contas do Estado em 2007, parecer posteriormente acolhido pela Câmara Municipal.

Cidade sofre com falta de verba para carnaval

Um dos mais tradicionais e famosos carnavais do estado, Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, sofre com a perspectiva de ser obrigada a fazer uma festa mais modesta. Depois de decretar estado de emergência no dia 10 por ter herdado uma dívida de cerca de R$ 3,5 milhões, o prefeito interino, Maurício Maia (PSDB), passou a articular com empresários locais e com o governo do estado meios para garantir que a folia aconteça com segurança e com a enorme estrutura que a festa demanda. Ele assumiu a prefeitura no lugar de Paulo Célio, também do PSDB, que foi impedido de tomar posse.