Jornal Estado de Minas

Prefeito de Alfenas recebe 'voto de confiança' para administrar; prefeitura está endividada

Felipe Canêdo
Além do diploma entregue em sua posse, o novo prefeito de Alfenas, Maurílio Peloso (PDT), recebeu em 1º de janeiro, responsabilidade de tocar uma prefeitura com uma dívida de cerca de R$ 60 milhões. “Estamos vivendo de favor aqui. Só na Saúde devemos entre R$ 15 milhões e R$ 16 milhões. Várias empresas nos deram votos de confiança. Se não tivessem dado, as coisas estariam extremamente complicadas”, diz ele. A cidade do Sul de Minas é uma das que teve todo o seu primeiro repasse do Fundo de Participação dos Municípios, de R$ 1 .075.911,23, creditado e imediatamente debitado para cobrir dívidas herdadas da última gestão. Lavras, também no Sul do estado, começou o ano imersa em dívidas, que giram em torno de R$ 23 milhões. O prefeito do município, Marcos Cherem (PSD), decretou estado de calamidade administrativa logo na primeira semana de governo.
Maurílio Peloso se queixa de ter que arcar com máxima urgência com o 13º salário dos servidores de Alfenas e afirma: “A administração anterior não honrou nem a folha de dezembro”. Ele diz que o valor final das dívidas será conhecido hoje e cogita assinar um decreto de emergência para que compras de produtos essenciais, como medicamentos, possam ser feitas com mais agilidade. Em Lavras, o prefeito conta que já recebeu cobranças da Cemig e da Copasa, que ameaçaram até cortar os serviços prestados à administração. “Os gastos de limpeza urbana não vinham sendo quitados, mas conseguimos normalizá-los”, acrescenta ele.

Dos 853 municípios mineiros, muitos choram problemas herdados de administrações anteriores. É o caso de Lajinha, na Zona da Mata, onde a dívida beira R$ 1,6 milhão. A secretária de Fazenda, Valéria Eugênia Ferreira, conta que o prefeito Lúcio dos Santos (PSDB) decretou estado de emergência  logo que assumiu e afirma: “Não houve erro aqui, houve desonestidade, visível e clara”, afirmou.